Comércio sofre pouco com demissões no início da quarentena
O fechamento do comércio em todo o Estado tem gerado pouco impacto de demissões até…
O fechamento do comércio em todo o Estado tem gerado pouco impacto de demissões até o momento. É o que afirma o Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado de Goiás (Seceg). De acordo com a entidade, apenas 1% dos 1.147 pedidos de acordo encaminhados solicitam demissões.
Os dados apresentados pelo sindicato mostram, ainda, que 80% dos acordos pede a suspensão, enquanto 19% pede redução da jornada com redução salarial.
De acordo com o presidente da entidade, Eduardo Amorim, o baixo número de demissões tem relação com acordos coletivos feitos com representantes patronais. Em entrevista ao Mais Goiás, ele afirmou que os acordos atingirão 200 mil trabalhadores em todo o estado. “Nesses acordos nós preservamos a dignidade do trabalhador, e a dignidade do trabalhador é o emprego e o salário recebido.”
Demissões impedidas por férias
O presidente ressaltou, também, que um dos acordos, que garantiu férias aos trabalhadores, está retardando as demissões. “Fizemos eles na primeira fase do isolamento, antes das publicações das medidas provisórias do governo federal. Por esse motivo, eles saíssem de férias em março. Isso fez com as demissões fossem retardadas, pois esses funcionários estão voltando das férias agora”, explicou.
Além das férias, foram realizados acordos que permitiram a ampliação da estabilidade dos funcionários em caso de redução de salários e de suspensão. Mesmo com essas medidas, Eduardo acredita que a flexibilização do decreto é o caminho para evitar um grande número de dispensas.
“Se houver essa flexibilização a partir do dia 19, garantindo todas as medidas sanitárias para manter a saúde dos trabalhadores, estimamos que podemos chegar a 5% de demissões de comerciários no período, o que corresponde a cerca de 15 mil trabalhadores. Se não houver, nosso receio é que cheguemos a 40 mil demissões”, pontuou.
Abertura total
O presidente Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, divulgou vídeo nas redes sociais em que defende a abertura total das empresas do Estado, desde que respeitadas regras de segurança sanitária. O vídeo foi gravado após encontro do Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento ao Novo Coronavírus (Covid-19), nesta terça-feira (14), da qual participaram secretários de Estado como Cristiane Schmidt (Economia), Wilder Morais (Indústria e Comércio), Adriano Rocha Lima (Desenvolvimento Econômico) e outros.
O Mais Goiás ouviu a infectologista Marina Roriz sobre o pleito dos empresários. Ela desaconselha o governo a atender o pedido. “No mundo todo, está tudo parado por um motivo”, diz Mariana. A infectologista explica que o eventual afrouxamento da quarentena aumentaria a exposição da população ao vírus e diz que o sistema de saúde público provavelmente entraria em colapso, neste momento. “As regras a que os empresários se propõem a seguir, como contrapartida ao afrouxamento da quarentena, são muito rígidas. Dificilmente uma empresa conseguiria seguir todas”, diz Marina.