Confiança da construção sobe 1,5 ponto em outubro, revela FGV
Os dados foram informados na manhã desta sexta-feira, 26, pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV, o distanciamento dos dias “conturbados” de maio -com a greve dos caminhoneiros – e a proximidade do fim do processo eleitoral parecem estar contribuindo para a recuperação da confiança do empresário da construção. Entre o fim de maio e o início de junho, a paralisação dos caminhoneiros afetou as atividades no País.
“Houve uma redução do pessimismo em grande parte dos segmentos setoriais, associada às expectativas de demanda para os próximos meses. A carteira de contratos das empresas cresceu, recuperando o nível de 2015, o que deve sustentar a melhora da atividade nos próximos meses”, observa.
O avanço do ICST foi afetado tanto pela melhora da situação atual quanto das expectativas para os próximos meses, conforme o Ibre/FGV. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) cresceu 0,6 ponto, atingindo 73 pontos, o maior nível desde junho de 2015 (74,2 pontos).
Conforme a instituição, a maior contribuição para o resultado favorável no mês veio da percepção de melhora dos empresários sobre a situação atual da carteira de contratos, cujo indicador aumentou 0,9 ponto, ao passar de 70,8 para 71,7 pontos, o maior nível desde junho de 2015 (73,9 pontos).
O movimento de melhora das expectativas foi sustentado tanto pela avaliação sobre a situação atual quanto pelas expectativas futuras, destaca o Ibre/FGV. Enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,7 ponto, aos 72,4 pontos (maior nível desde de junho de 2015), o Índice de Expectativas (IE) avançou 1,0 ponto, para 70,8 pontos (maior nível desde julho de 2015).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve alta de 1,4 ponto porcentual, atingindo 66,4%, no maior patamar desde fevereiro de 2016 (67,0%). Ao mesmo tempo, o Nuci de mão-de-obra e o de máquinas e equipamentos tiveram expansão, com variações de 1,4 ponto e 1,2 ponto, respectivamente.
Conforme o Ibre/FGV, entre os fatores que estão limitando a melhora do ambiente de negócios, o critério “demanda insuficiente” é apontada por 51,5% das empresas do setor e listada como o principal problema desde agosto de 2014.
Neste quesito, são listadas dez opções de fatores limitativos. No entanto, é reservado um espaço de respostas livres para que os empresários descrevam “outros” problemas não listados anteriormente. Esse grupo foi assumindo maior relevância nos últimos anos, alcançando 24,4% das assinalações em outubro.
Assim, a partir das respostas livres, o Ibre/FGV agregou em grupos temáticos os fatores que os empresários mais apontam como sendo limitativos à melhora dos negócios.
O Cenário Econômico é apontado por 51,8% dos empresários, sendo seguido por Incerteza Política e Carência de Investimento, com 26,2% e 7,1%, respectivamente. “O baixo crescimento da economia é o aspecto que mais se sobressai e impede um ritmo de recuperação mais forte para os investimentos na construção”, comenta em nota Ana Maria Castelo.