Convênio vai ajudar pequeno empresário goiano a ter acesso a crédito
Adial apoia ação, pois acredita que beneficiar os pequenos impacta positivamente toda a cadeia
Um termo de convênio para prestação de garantia complementar nos contratos de financiamento de clientes da Agência de Fomento de Goiás (GoiásFomento) vai facilitar o acesso ao crédito para pequenos e microempresários do Estado. Assinado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) na manhã desta terça-feira (18), a ação foi viabilizada por uma parceria entre o governo e Associação de Garantia de Crédito de Goiás (GarantiGoiás). O benefício, vale destacar, apesar de não ser destinado os grandes empresários, irá beneficiar toda a cadeia, avalia a Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial).
Segundo exposto nesta manhã, durante o anúncio, o modelo se parece com o Fundo de Aval das Micro e Pequenas Empresas (Fampe), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O intuito é facilitar a superação da crise neste momento de pandemia do novo coronavírus e, assim, manter as portas abertas, por meio de crédito facilitado e desburocratização do acesso.
“É um convênio no qual a sociedade garantidora de crédito oferecerá aval para os clientes que buscam a Agência de Fomento, e não possuem um avalista ou uma garantia real para oferecer”, explicou Rivael Aguiar, presidente da GoiásFomento. Além da burocracia, ele classificou a negativação com um dos principais dificultadores do acesso ao crédito.
Benefício para todos
O diretor-executivo da Adial, Edwal Portilho, o Chequinho, explica que a entidade tem como filiados médias e grandes indústrias, que não serão beneficiadas diretamente pelo convênio. Contudo, ele, que faz parte do conselho fiscal da GarantiGoiás, apoia a ideia.
“A Adial entende que existe uma cadeia, na qual as pequenas empresas contribuem com as grandes.” Segundo ele, as pequenas dependem das grandes, assim como as grandes dependem das pequenas, uma vez que a produção de uma serve a outra, em muitas situações.
“E é um modelo totalmente viável”, elogia o convênio. Ele explica que diversas cooperativas já atuam com a GarantiGoiás: “A pessoa que vai pegar um financiamento em uma cooperativa e não tem histórico, então precisa de uma garantia real. Então, deve aderir a GarantiGoiás, que é uma garantidora. Essa pessoa, passa pelo crivo da cooperativa e da GarantiGoiás, que assume a dívida em caso de inadimplência – cobrando da pessoa, claro, nesses casos. E, agora, o GoiásFomento também poderá utilizar a garantidora e facilitar o acesso ao crédito.”
De acordo com ele, sem isso, o pequeno empresário acaba buscando créditos mais caros, por não ter uma garantia real. “Então, a Adial apoia essa ideia para ajudar os pequenos, que fazem parte da grande cadeia”, reforça.
Crédito
O crédito é destinado a todos os setores econômicos. Contudo, as operações do crédito produtivo rural terão prioridade. Para este segmento, os valores vão de R$ 5 mil a R$ 160 mil por associado.
Microempreendedores individuais, por sua vez, terão linha máxima de R$ 24 mil. As microempresas, até R$ 56 mil; pequenas e a médias empresas, até R$ 80 mil. Assim como opera o Fampe, o aval cobre 80% do total do empréstimo.
A fim de viabilizar o sistema, o Sebrae Nacional aportou R$ 1,5 milhão na GarantiGoiás. Outras três cooperativas de créditos aportaram mais R$ 1,5 milhão. Segundo o presidente da GarantiGoiás, Pedro Alves de Oliveira, a geração de emprego, com estímulo ao consumo e ativação do comércio será a prioridade.
“O cooperativismo está muito integrado e confiante. Com a GoiásFomento, esse projeto ganhará uma envergadura maior e poderá atender a mais micro e pequenos empresários. Vai democratizar o crédito, que é o que estamos precisando”, disse o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Goiás/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Goiás (OCB/Sescoop), Luís Alberto Pereira.
Segundo o governador Ronaldo Caiado, facilitar o acesso ao crédito, “o braço mais importante da Secretaria da Retomada”, dá condições a pequenos e microempresários, e pessoas físicas que têm negócios, superarem esse momento difícil. “Essas pessoas não serão excluídas da atividade econômica do Estado, que tem mostrado uma capacidade enorme de buscar alternativas”, destacou.