Crateras misteriosas surgem e causam espanto na Rússia; entenda
Várias crateras têm sido descobertas na região, somando até agora 17 buracos imensos
Desde 2014, a Península de Yamal, na Rússia, tem vivenciado um fenômeno misterioso que intriga habitantes locais. Várias crateras têm sido descobertas na região, somando até agora 17 buracos imensos.
A mais recente foi encontrada por uma equipe de reportagem da emissora russa de TV Vesti Yamal enquanto o grupo retornava de uma viagem de negócios em julho. De acordo com cientistas, ela tem cerca de 50 metros.
Para Vasily Bogoyavlensky, doutor em Ciências Técnicas e Membro Correspondente da Academia Russa de Ciências, “este objeto é único”.
“Ele contém muitas informações científicas adicionais, que ainda não estou pronto para divulgar. Este é o assunto das publicações científicas. Temos que analisar tudo isso, construir modelos tridimensionais”, aponta.
Já Evgeny Chuvilin, pesquisador líder do Instituto de Ciência e Tecnologia Skolkovo, acredita que “são as forças colossais da natureza que criam esses objetos”.
O que explicaria isso?
A explicação, entretanto, pode não ser tão emocionante quanto muitos internautas esperam —nas redes sociais, é possível ver até usuários comentando sobre possível ação alienígena.
De acordo com Alvaro Crósta, geólogo e professor do Departamento de Geologia e Recursos Naturais do Instituto de Geociências da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), essa cratera deve ter surgido de forma natural devido a um acúmulo de gases no permafrost, solo que passa todo o ano congelado e que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte.
Um clima mais quente na região faz com que esse gelo do permafrost derreta e fique mais frágil, gerando uma pressão nesse bolsão de gases, e com isso, uma explosão. Mesmo a explicação sendo mais simples, isso não deixa de ser preocupante.
“É um problema bem sério porque essa explosão libera uma grande quantidade de carbono e metano na atmosfera, o que acaba contribuindo com o desequilíbrio do clima do planeta”, afirma Crósta.