Crise

De janeiro a abril, número de pedidos de Recuperação Judicial em Goiás quase triplica

O número de pedidos de recuperação judicial realizados em Goiás até o mês de abril…

O número de pedidos de recuperação judicial realizados em Goiás até o mês de abril de 2017 é quase três vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Em números absolutos, 38 empresas entraram com o pedido, contra 13 em 2016. Apenas em abril deste ano foram realizadas 29 solicitações. Os dados são do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).

Em 2015, 37 empresas entraram com pedidos de recuperação judicial em Goiás. No ano seguinte, foram feitas 80 solicitações. Os dados de 2017 apontam que o número deve superar o do anterior mais uma vez.

Se por um lado os dados apontam para um cenário de muita instabilidade para as empresas, é possível analisar também que os proprietários estão buscando todas as possibilidades de manter seus empreendimentos e os postos de empregos que eles geram. É o que afirma o advogado especialista em Direito Empresarial Hanna Mtanios. “Exatamente por causa do cenário de crise, os empresários recorrem à Recuperação Judicial antes do que fariam em caso de estabilidade no mercado”, diz Mtanios.

A Lei de Recuperação Judicial permite que as empresas possam renegociar suas dívidas com os credores, com abatimento de juros e multas e a suspensão de todas as execuções. A ideia é permitir a continuidade das atividades do estabelecimento, com a consequente manutenção dos empregos e pagamento dos tributos.

“Com a Recuperação, a fonte produtora de emprego e renda continua ativa”, reforça o advogado. “A meta é viabilizar a superação pela empresa da crise econômico-financeira, preservando sua função social e estimulando a atividade, sem o risco de atingir os empregos dos funcionários e a circulação de capital”.

Aos empresários que sentem no bolso a instabilidade causada pela crise econômica, o especialista lembra que toda empresa cumpre uma importante função social e todos só têm a ganhar com uma boa gestão. “Há quase sempre uma luz no fim do túnel. A superação das dificuldades fortalece o empreendimento, empreendedores e a sociedade em que ele está inserido”, completa Mtanios.