Estável

Dólar interrompe quedas e fecha praticamente estável

Bolsa cai 1,18%, em dia de ajustes no mercado

Foto: Reprodução - Pixabay

Em um dia de expectativa em relação aos juros básicos no Brasil, o dólar fechou praticamente estável, com a primeira alta após quatro quedas seguidas. A bolsa de valores caiu 0,87%, em um dia de realização de lucros, quando os investidores vendem ações para embolsar ganhos recentes.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (2) vendido a R$ 5,276, com leve alta de 0,07%. Influenciada pelo mercado externo, a cotação iniciou o dia em alta, chegando a R$ 5,31 na máxima do dia, por volta das 13h15. A moeda, no entanto, desacelerou durante a tarde, com a perspectiva de que a taxa Selic (juros básicos da economia) ultrapassasse os 10% ao ano pela primeira vez desde 2017.

Mesmo com a alta de hoje, a moeda norte-americana acumula queda de 2,11% na semana. Em 2022, a divisa cai 5,37%.

A bolsa de valores teve um dia mais tenso. O índice Ibovespa, da B3, chegou a subir nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu o movimento e fechou com recuo de 1,18%, aos 111.894 pontos. Contribuíram para a queda o desempenho das ações da Petrobras, em meio a discussões em torno de propostas para mudar o preço dos combustíveis, e de papéis de bancos, afetados pela divulgação de lucros menores que o previsto no quarto trimestre. A expectativa de reajuste da Selic também contribuiu para o desempenho negativo.

Após dias seguidos de queda, o dólar subiu em relação às principais moedas internacionais. Recentemente, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) confirmou que começará a aumentar os juros básicos da maior economia do planeta em março. Desde o início da pandemia de covid-19, as taxas norte-americanas estão entre 0% e 0,25% ao ano, no menor nível da história.

Apesar do aperto monetário nos Estados Unidos, a perspectiva de que o Banco Central elevasse a taxa Selic para 10,75% ao ano na reunião de hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) aliviou as pressões sobre o dólar. Isso porque, pela primeira vez em dois anos, a taxa Selic ficaria maior que a inflação acumulada em 12 meses, o que atrai capital estrangeiro para o Brasil.

No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 10,06%, maior nível desde 2015. Como a Selic foi elevada nesta quarta-feira para 10,75% ao ano, o Brasil deixará de ter juro real (taxa de juros menos inflação) negativa. A alta da Selic contribui para a queda na bolsa, ao estimular a migração de investimentos em ações, mais arriscados, para renda fixa (como títulos públicos), com retorno garantido.