Variação

Dólar retoma R$ 4 após CPI dos EUA e seu núcleo em 12 meses acima das previsões

Com uma fraca agenda interna de indicadores, o exterior volta a guiar o humor local. Lá fora, ainda pesam as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e incertezas com as eleições presidenciais na Argentina, os protestos em Hong Kong e a crise política na Itália

O dólar no mercado à vista começou a sessão em alta em meio a persistentes incertezas externas no radar, mas retomou os R$ 4,00 e atingiu máxima aos R$ 4,0025 há pouco, reagindo às altas do CPI cheio (+1,8%) dos Estados Unidos e do seu núcleo em 12 meses em julho (+2,2%) acima do esperado por analistas. A leitura de investidores é de que com a inflação forte diminuiria a possibilidade de cortes de juros no curto prazo nos EUA.

Com uma fraca agenda interna de indicadores, o exterior volta a guiar o humor local. Lá fora, ainda pesam as tensões comerciais entre Estados Unidos e China e incertezas com as eleições presidenciais na Argentina, os protestos em Hong Kong e a crise política na Itália. Além disso, o mercado local vai monitorar a agenda das reformas da Previdência e tributária no Congresso em dia de manifestações pelo País contra a reforma da Previdência e em defesa da Educação.

Está previsto hoje um encontro de líderes partidários no Senado para definir o calendário da tramitação da reforma da Previdência. O Broadcast Político apurou que o governo quer votar projetos do pacto federativo, que envolvem a distribuição de recursos para Estados e municípios, antes da votação da proposta de mudanças nas regras de aposentaria no plenário do Senado. Além disso, já começou a reunião do conselho de governo com o presidente Jair Bolsonaro.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse ontem que é possível votar a reforma tributária na Câmara ainda este ano, mas que ele e o presidente Jair Bolsonaro não querem a volta de uma nova CPMF. Além disso, sobre uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que inclua Estados e municípios na reforma da Previdência, o presidente da Câmara disse, em entrevista ontem à noite ao Roda Viva, da TV Cultura, que se a “esquerda” votá-la no Senado, provavelmente será votada na Câmara.

Ontem, com um alívio após a intervenção do Banco Central da Argentina, elevando juros para 74% ao ano e fazendo leilões de dólares e de títulos, o dólar no país caiu de 62 pesos para fechar em 52 pesos. Por enquanto, a liquidez ainda é fraca no mercado de câmbio argentino, e o dólar exibia leve baixa de 0,31%, a 51,991 pesos.

No mercado à vista, às 9h51, o dólar subia 0,49%, aos R$ 4,0030. O dólar futuro para setembro avançava 0,43%, a R$ 4,0095.