Dólar se aproxima de R$ 4,15 com cautela eleitoral no exterior
Taxas de juros mais altas atraem fluxo de capital para a maior economia do mundo, fortalecendo o dólar
O dólar se aproximou de R$ 4,15 nesta terça-feira (28), com o noticiário eleitoral mais aquecido e um cenário externo menos favorável a emergentes.
Às 13h, o dólar comercial avançava 1%, para R$ 4,125. Chegou a abrir em baixa, atingiu R$ 4,065, mas na máxima até o momento foi a R$ 4,146.
O Ibovespa, índice que reúna as ações mais negociadas no Brasil, recua 0,41%, para 77.605,32 pontos.
Na segunda-feira (27), o anúncio de um acordo entre Estados Unidos e México trouxe certo alívio ao mercado global, e o dólar perdeu força pelo mundo, inclusive ante o real.
Alguns analistas começam a apontar, no entanto, que os termos negociados ainda são preliminares e questionáveis.
Em relatório, o banco Goldman Sachs diz não ver efeito macroeconômico substancial nos Estados Unidos caso os termos revisados sejam implementados.
Um dos pontos destacados é que, na opinião de Alec Phillips, que assina o relatório, o acordo é mais restritivo do que o esperado em relação ao setor automotivo, atendendo mais aos interesses americanos do que aos mexicanos.
A corretora Spinelli ressalta ainda dados divulgados nesta segunda apontando melhora da confiança do consumidor nos EUA, “que atingiu a máxima da série desde 2003 pelo menos e sugere uma política monetária mais apertada pelo Fed”, diz, em referência à política monetária do banco central americano.
Taxas de juros mais altas atraem fluxo de capital para a maior economia do mundo, fortalecendo o dólar.
Assim, o dia se mostra mais desafiador às moedas emergentes. O peso argentino, por exemplo, perde 1,73% ante a divisa americana, e a lira turca se desvaloriza 1,50%.
Internamente, o mercado segue cauteloso com o cenário eleitoral.
Na véspera, o STF (Supremo Tribunal Federal) informou que analisará em julgamento virtual em setembro um recurso da defesa do ex-presidente Lula contra uma decisão do plenário da corte que negou habeas corpus ao petista no início de abril.
Está previsto ainda para esta terça o julgamento, pela primeira turma do STF, de denúncia que pode tornar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) réu por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados.