ALTA

Dólar sobe pelo 7º pregão, a R$ 5,24, em dia marcado por ata do Fed, e bolsa tem alta de 1,5%

Esta quarta-feira (7) foi a sétima alta consecutiva do dólar ante o real, acumulando alta de 6,30%

(Foto: Reprodução/Freepik)

Em um pregão volátil, o dólar fechou em alta de 0,55%, a R$ 5,2380, maior valor desde 27 de maio. Refletindo os movimentos da moeda americana no exterior, a cotação chegou a R$ 5,2810 na máxima e a R$ 5,17 na mínima.

Esta quarta-feira (7) foi a sétima alta consecutiva do dólar ante o real, acumulando alta de 6,30%. A tendência de alta é amparada pela tensão política local e pelo ambiente externo de cautela com a disseminação da variante delta do coronavírus.

O pregão foi marcado por temores ao conteúdo da ata da última reunião do Fed (banco central americano). Após sua divulgação, na parte da tarde, investidores se tranquilizaram quanto aos receios sobre uma antecipação no processo de redução de estímulos monetários nos Estados Unidos, e o dólar perdeu força.

De acordo com a ata de junho do Fed, autoridades do BC americano avaliaram que o objetivo de mais progresso substancial da recuperação dos Estados Unidos ainda não fora atingido de forma geral.

Enquanto vários participantes ainda sentiram que as condições para reduzir as compras de ativos serão “atingidas de certa forma mais cedo do que eles esperavam”, outros viram um sinal menos claro vindo dos dados.

Na visão do estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, a ata mostra um comitê que vê sinais contínuos de recuperação da atividade e aceleração da inflação, mas também atribui incerteza elevada a grande parte de suas projeções.

“Há relativamente poucas novidades que forcem uma antecipação da projeção de início do processo na primeira reunião do ano que vem”, disse, enxergando nesse sentido um tom mais favorável ao estímulo do que o adotado no mês passado.

Em junho, o Fed antecipou para 2023 projeções para aumento nas taxas de juros e abriu a discussão sobre quando e como pode ser apropriado começar a reduzir suas compras mensais de ativos.

“A principal informação foi a de que vários membros do comitê acreditam que a economia está progredindo e que o fim do programa de recompra de títulos pode se iniciar mais cedo do que anteriormente pensado, que começar com imobiliários devido à preocupação do aumento de preços do setor, que já poderia ser reflexo de um super aquecimento”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.

O Ibovespa subiu 1,54%, a 127.018,71 pontos. A reação ocorreu após dois pregões seguidos de baixa, em que o Ibovespa acumulou queda de quase 2%.

“Foi um dia de alívio”, disse o sócio e economista da VLG Investimentos Leonardo Milane.

Nos EUA, o S&P 500 teve alta de 0,34% e o Dow Jones de 0,30%. Nasdaq fechou estável.

Na Bolsa brasileira, o Magazine Luiza valorizou-se 4,46%, tendo como apoio dados do IBGE que mostraram que maio registrou avanço de 1,4% nas vendas no varejo ante abril, que teve o desempenho revisado para cima.

Unidas e Localiza avançaram 5,46% e 5,42%, respectivamente, ganhando fôlego na parte da tarde. Investidores seguem atentos ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que está analisando a fusão de ambas.

As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras avançaram 1,37%, recuperando parte da perda da véspera, quando fechou em baixa de 4%. A melhora ocorreu mesmo com a queda dos preços do petróleo no exterior.

Já a PetroRio caiu 1,98%, ampliando as perdas da véspera, quando fechou em baixa de 5,82%, encerrando uma série de cinco altas, em que acumulou ganho de 14,5%.