Em dez anos, Centro-oeste é região que mais se industrializou no país, diz IBGE
Participação da região cresceu 1,9% em relação as demais regiões. Avanço é apontado devido a migração de plantas de agroindustriais que eram dedicadas para produção de alimentos para a de biocombustíveis
A região Sudeste permanece liderando a atividade industrial brasileira, mas vem perdendo nos últimos anos fábricas e empresas para a região Centro-Oeste. A conclusão é da Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quinta (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2017, os estados do Sudeste eram responsáveis por 58% do valor adicionado da indústria brasileira, seguida pelas regiões Sul (19,6%), Nordeste (9,9%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,6%). Em dez anos, porém, a participação da região Sudeste se reduziu em 4,2 pontos percentuais. Já o Centro-Oeste registrou o maior avanço (1,9 pontos percentuais), seguido pela região Sul (1,3) pontos percentuais.
“Esse deslocamento produtivo em direção ao Centro-Oeste se deu, principalmente, em razão da migração de plantas agroindustriais que eram dedicadas à fabricação de produtos alimentícios e passaram a participar da produção de biocombustíveis”, diz o IBGE.
A fabricação de produtos alimentícios é atividade industrial que mais gera valor no país. Em 2017, foi responsável por 20,7% do valor da transformação industrial no Brasil, com crescimento de 7,2 pontos percentuais em dez anos.
Na região Centro-Oeste, lidera a relevância no valor adicionado dos três estados e do Distrito Federal. Em Mato Grosso, por exemplo, representa 56,5% do total. A indústria alimentícia é a principal atividade de 16 das 27 unidades da federação, incluindo São Paulo. Além do Mato Grosso, Acre (66,7%), Rondônia (66,7%) e Tocantins (59,8%) devem a ela mais da metade de suas atividades industriais.
O estado com maior concentração em um único segmento, porém, é o Pará, onde 75,7% do valor adicionado da indústria é gerado pela extração de minerais metálicos. O estado é sede de duas das maiores operações da Vale -as minas Carajás e S11D- além de atividades de outras mineradoras.
Rio e Espírito Santo têm grande peso da indústria do petróleo, que representou em 2017, respectivamente, 35,3% e 34,2% do valor adicionado das indústrias instaladas nos estados. No Rio, a fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustível contribui com outros 22,4%, indicando também elevada concentração em um setor industrial.
Entre 2008 e 2017, apesar do crescimento da indústria alimentícia, a indústria da transformação perdeu participação para a indústria extrativa, cuja importância na geração de valor da indústria brasileira passou de 9,9% para 13,5%.