Em Goiânia, itens de hortifruti chegam a ter variações de até 984%
Pera Willians pode ser encontrada de R$ 1,99 e também de R$ 13,19 no mesmo dia em estabelecimentos diferentes
A Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor de Goiás (Procon-GO) divulgou uma pesquisa realizada entre os dias 03 e 17 de setembro com a finalidade de apresentar as variações de valores dos produtos hortifruti. O órgão alerta que, por mais que Goiânia seja a 10ª cidade onde a cesta básica ficou mais barata em setembro, é importante que a dona de casa fique de olhos abertos e visite mais de um supermercado antes de decidir comprar.
O Procon Goiás analisou treze estabelecimentos da capital e 51 itens entre frutas, verduras e legumes. Foram realizadas 2 visitas em cada estabelecimento: uma em dia “normal” e outra em dia de promoção de hortifruti. Em quase todos os supermercados analisados, alguns alimentos apresentaram preços mais elevados em dias de promoção em relação aos dias habituais. O preço dos produtos chega a ter variação de até 984%. O órgão alerta que, se o consumidor não se ater a comprar apenas os produtos em promoção (aqueles com desconto de verdade), pode não ter a economia esperada.
“Esses produtos não são tabelados. Cada supermercado pode estabelecer o preço. O comerciante pode subir o valor dos alimentos, mas não pode anunciar que estes estão de promoção. Os produtos anunciados precisam estar de fato com valores mais em conta do que em dias normais. Caso isso não esteja ocorrendo, caracteriza-se prática abusiva”, disse Gleidson Tomaz, Gerente de Pesquisa e Cálculo do Procon Goiás.
Segundo a pesquisa, produtos não anunciados chegam a ser 400% mais caros em dias de promoção. O Procon simulou uma compra em um estabelecimento em dia normal e em dia de promoção. Os itens escolhidos foram 1kg cenoura, 1kg beterraba, 1kg maçã, 1kg banana prata e 1kg manga. Em dia de promoção, a economia chega a R$ 8,70, mas ao decidir acrescentar um pacote de Brócolis (R$ 6,16 em dia normal e R$ 14,99 em dia de promoção), a economia do consumidor é substituída pelo valor do produto (R$ -8,83).
“A economia do consumidor fica toda no supermercado. Isso afeta diretamente as donas de casa que aguardam o dia de promoção para ter economia nas compras. A intenção da pesquisa era mostrar economia, mas quase todos os mercados apresentaram produtos bem acima dos dias normais”, explica Gleidson.
O Procon ressalta o quanto é importante o consumidor ter uma noção prévia dos preços dos itens em dias normais para conseguir avaliar quais produtos estão com preços mais interessantes. Quando não tem essa base, é importante dar preferência para os produtos anunciados com preços promocionais. Dessa forma, a economia do cliente será maior. A beterraba, em dias habituais, foi anunciada a R$ 2,49 e em dias promocionais caiu para R$ 0,99, resultando em uma economia de R$ 1,50 para o bolso do cliente.
“A pesquisa mostrou que, durante os dias de promoção do hortifruti, alguns itens podem ficar mais de 400% mais caros que o normal. O quilo do jiló foi encontrado entre R$1.19 e R$12,90. Encontramos a pera Williams de R$ 1,99 e também de R$ 9,99. Tudo no mesmo dia, mas em lugares diferentes. Por isso é muito importante pesquisar antes de comprar”, alerta.
Caso o consumidor perceba valor mais alto dos produtos promocionais, o Procon orienta a fazer a denúncia. Caso seja constatado irregularidade, a empresa é autuada e tem 10 dias para se defender. Se mesmo assim ela continuar com a prática abusiva, é aplicada multa ao estabelecimento.
“É muito importante que o consumidor foque nos itens que estão anunciados, nunca compre tudo de uma vez. Dê preferência aos produtos anunciados e a produtos da estação. Pesquise sempre”, aconselha.
Dicas do Procon
- O PROCON Goiás explica que, ainda que alguns produtos estejam com preços maiores que os praticados em dias habituais, desde que tais produtos não estejam anunciados e ofertados com preços promocionais, não configura prática abusiva.
- O órgão ainda orienta os consumidores a observarem quais itens estão anunciados com preços promocionais e que deem prioridade a eles, caso o consumidor não tenha a noção dos preços praticados em dias normais.
- Dar preferência para os produtos da época e da região também pode significar economia no bolso, além de serem mais frescos e mais saudáveis.
- Se a compra não se limitar apenas aos produtos de hortifruti, tenha sempre o hábito de fazer uma lista dos produtos antes de sair de casa e estipular um valor máximo que poderá ser gasto na compra. Com a ajuda de uma calculadora, vá colocando no carrinho primeiramente os produtos que não podem faltar, contabilizando seus valores e, assim, poderá avaliar quanto poderá ser gasto ainda com os produtos considerados “supérfluos”, sem extrapolar o orçamento prévio estabelecido.
*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo