Em Goiânia, menos de 20% de entregadores e motoristas de app contribuem para o INSS
Representante dos profissionais por aplicativos de Goiânia, Miguel Veloso quer que os colegas se conscientizem sobre a importância da cobertura
Dos cerca de dois milhões de motoristas que trabalham com transporte ou entrega por aplicativo no Brasil, apenas 23% contribuem para o INSS. Em Goiânia, cerca de 19%. Os dados foram levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Representante dos profissionais por aplicativos de Goiânia, Miguel Veloso quer que os colegas se conscientizem sobre a importância da cobertura do INSS. “Pode ser pouco o que o INSS paga, mas se o trabalhador está impossibilitado de trabalhar, essa ajuda pode ser fundamental para toda a família. É obvio que o INSS vive em crise. Existe muita demora para pagar os benefícios, mas seria pior quando a pessoa não tem nenhum direito para reclamar”, pontua.
Ele reconhece, todavia, que a baixa procura dos profissionais pelo INSS tem a ver com a baixa dos aplicativos de transporte. “É preciso melhorar muito com relação aos ganhos dos profissionais, como por exemplo o valor pago por uma corrida mínima, que está na casa dos R$ 3,50 para motoqueiros e R$ 5,40 para motoristas”, exemplifica.
Ainda de acordo ele, os valores são considerados muito baixo por se tratar de um transporte particular. “E o aplicativo chega a descontar 40% do valor pago pelo passageiro, dependendo da demanda e das promoções. Hoje a pequena contribuição para o INSS por mês pode significar algo na mesa desse trabalhador.”
Coordenador técnico do Mova-se Fórum Nacional de Mobilidade, Miguel Angelo Pricinote cita que não é só a questão da renda atrapalha a contribuição, mas também a falta de costume. “Como na CLT o mesmo é descontado em folha, para os motoristas autônomos passa a ser uma responsabilidade nova e por isso que mesmo com as sugestões vindo das associações de classe a adesão é baixa.”
Contam como benefícios para quem contribui com o INSS: aposentadoria, aposentadoria por invalidez, salário maternidade, auxílio-doença. Como microempreendedor individual (MEI), o valor é de 5% do salário-mínimo.