Em Goiás, 15% das mulheres e 9% dos homens não trabalham nem estudam
Pesquisa desenvolvida pela UFG mostra que as principais características desse perfil é ser mulher, casada, com filhos e idade acima de 19 anos
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou que 15% das mulheres e 9% dos homens goianos entre 15 e 24 anos não estudam nem trabalham. O levantamento, com base no Censo Demográfico de 2010 das regiões metropolitanas do Brasil, revela que os principais fatores que levam jovens a ocupar o lugar chamado de “nem, nem” são: ser mulher, casada, ter filhos e idade acima de 19 anos.
“A mulher é a que mais ocupa esse espaço. A hipótese é a de que ela está direcionada aos afazeres domésticos e aos cuidados com a família”, afirma a pesquisadora Kadny Macêdo. Em Goiás, mais de 15% das mulheres e 9% dos homens não estão no mercado de trabalho, nem em escolas formais e não estão procurando emprego. A estudiosa explica que o estado apresenta uma das menores taxas de jovens ‘nem, nem’.
Assim como identificado, entre os fatores mais relevantes que levam os jovens homens a estarem fora do mercado de trabalho e da escola formal estão a presença da renda de aposentadoria em domicílio e a idade avançada, entre 18 e 24 anos. O orientador da pesquisa e professor da UFG, Sandro Mansueto, explica que essa idade corresponde àquela em que o jovem estaria se direcionando à entrada na universidade. A medida que os anos passam, cresce a probabilidade do indivíduo entrar na estatística do ‘nem, nem’.
Papel da mãe
Uma curiosidade da pesquisa foi a identificação da influência materna na entrada dos jovens ao mercado de trabalho e/ou em instituições de ensino formais. De acordo com os dados, a mãe que completou o ensino superior e a mãe que possui religião cristã são as duas variáveis que geram a redução da probabilidade do jovem ocupar o espaço do “nem, nem”. “A mãe com ensino superior e a mãe que tem religião foram a duas variáveis que tendem a reduzir a entrada do jovem nessa estatística. E a mulher jovem tende a sofrer uma maior influência dessa mãe”, afirma Kadny Macêdo.
A influência do pai não foi considerada uma variável relevante pela pesquisa. A pesquisadora considera que essa informação reflete a sociedade em que vivemos, na qual a responsabilidade em criar filhos fica a cargo da mulher. Kadny espera que os resultados possam contribuir para a formulação de políticas públicas que atendam especialmente as mulheres jovens.