Em Goiás, mulheres ganham 23,65% a menos que homens, mostra pesquisa
Números mostram também que elas estão entre a maioria dos desempregados no Estado
Em Goiás, as mulheres ganharam em média 23,65% a menos que os homens, no ano de 2016. Enquanto o rendimento médio deles era de R$2.067, o delas era de R$1.578, o que representa 76,34% do rendimento médio dos homens. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), que faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Os números mostrados pela pesquisa no Estado são semelhantes aos valores encontrados no cenário nacional. O superintendente regional do IBGE, Edson Roberto Vieira, explicou que a média de salários, tanto para homens como para mulheres, em Goiás é inferior à média nacional. No entanto, o Brasil segue o padrão de pagar quantias maiores para eles do que para elas.
No ano de 2016, em Goiás, as mulheres que trabalhavam em empregos formais ganhavam 76,3% do rendimento dos homens, proporção que cresceu desde 2012, quando foi de 71,5%. “Apesar de ter havido um crescimento, esse número foi pequeno, o que reflete que a desigualdade de gênero ainda é grande do mercado de trabalho”, explica Edson.
Nos trabalhos informais, as mulheres também receberam menos que os homens, contudo a diferença foi menor em relação aos empregos formais, chegando a 68,7%. O rendimento médio dos homens ocupados informalmente foi de 63,3% dos ocupados em trabalhos formais; entre as mulheres esta proporção foi de 56,5%.
Desemprego
A pesquisa observou também os números relacionados ao desemprego em Goiás. As mulheres representam maior índice de desocupação em relação aos homens, no ano de 2016. Para elas, o número foi de 11,9%, enquanto para eles, de 9,1%.
Em um comparativo entre os dados relativos à 2012 e 2016, o número de mulheres desocupadas teve crescimento em todos os anos, passando de 6,2% para 11,9%. Os números mostram também que neste período de tempo, as mulheres sem ocupação sempre estiveram em maior número do que os homens, em Goiás.
No Brasil, a taxa de desocupação para as mulheres, em 2016, foi de 12,9% e para os homens foi de 10,1%. Tanto no cenário goiano, como no nacional, segundo Edson, esses números estão relacionados com o índice de escolaridade da população. “Esses valores mostram que, infelizmente, há também uma desigualdade de acesso à educação. O índice de desempregados entre as pessoas com ensino superior completo é menor”, conclui.