SOB PRESSÃO

Estado avalia sugestões do setor produtivo para retomada de atividades

Novo decreto será publicado no fim de semana e prefeitos devem receber autonomia para afrouxar normas em benefício do comércio

Em 33 dias, o Brasil saltou de 10 mil para 40 mil mortes causadas pelo novo coronavírus. É o que revela dados do Ministério da Saúde, que hoje confirmou um total de 40.919 óbitos, número pouco inferior ao contabilizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte (41.058). Foram 1.239 novas mortes registrados no dado oficial nas últimas 24 horas e 1.261 segundo a apuração junto às secretarias estaduais de Saúde.

O Governo de Goiás irá publicar, neste fim de semana, novo decreto para expor normas de combate à pandemia do coronavírus, o qual deverá contemplar a esperada flexibilização da atividade econômica, com retomada gradual do comércio. Nesse sentido, entidades do setor produtivo têm apresentado alternativas para que o trabalho seja, paulatinamente, normalizado. As propostas estão sendo analisadas pelo governo estadual, embora infectologista já tenha desaconselhado o relaxamento do decreto.

Em entrevista ao Mais Goiás, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL), Valdir Ribeiro, explicou que o segmento aguarda um posicionamento do governador. Ronaldo Caiado manifestou que, quanto à flexibilização, prefeitos expedirão decretos municipais, de acordo com as particularidades de cada cidade. Neste aspecto, o presidente da FCDL avaliou que, se tratando do interior, há mesmo diferentes realidades.

O empresário ressaltou que o plano estratégico enviado a Caiado também foi apresentado aos deputados estaduais para que ações sejam desenvolvidas dentro das normas sanitárias. “A gente apresentou uma planilha. Vai ser muito difícil retornar tudo. Por exemplo, a realidade do comércio na Rua 44, é diferente de localidades no interior do estado”, destacou. Valdir Ribeiro disse que em várias regiões não há registros de confirmações de casos, mas ressaltou que não pode haver descuido.

Nesta semana, o Fórum Empresarial chegou a pedir abertura total do comércio, mas infectologista desaconselhou a ideia.

No plano apresentado está o tamanho e tipo do comércio, quantidade de pessoas que poderão ficar dentro dos estabelecimentos, levando em consideração o distanciamento entre as pessoas. Parte da ideia desenvolvido pelo setor produtivo faz parte de plataforma desenvolvida pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), integrante do Sistema Fieg.

A planilha pode ser acessada por meio de telefone celular, desktop, tablet e notebook e estabelece protocolos sanitários necessários à saúde e segurança no ambiente de trabalho, cruzando informações cadastrais das empresas com dados das Secretarias de Saúde para a liberação do retorno ao trabalho mediante o cumprimento de exigências das autoridades de saúde.

O sistema permite que as empresas possam ter autorização de funcionamento de sua atividade econômica por meio de um termo de compromisso, que deve ser impresso e assinado. A empresa precisa atender a uma série de requisitos sob risco de sofrer penalidades. O empresário deve acessar o sistema, fornecendo um e-mail previamente cadastrado e o CNPJ de sua empresa.

O programa filtra a atividade econômica, a região e a operação de acordo com a permissão determinada pelo governo do Estado em conjunto com entidades empresariais. Após a validação de todos os dados, se a empresa se enquadrar nos parâmetros, um termo de compromisso personalizado será disponibilizado para impressão, o qual deve ser assinado pelo responsável e afixado em local visível.

No caso de indústrias, uma proposta é a de que as empresas assumam a responsabilidade pelo transporte dos funcionários, no sentido de reduzir aglomerações no transporte público.