EUA registram primeiro caso de variante do coronavírus vinda do Brasil
O caso da variante chamada de P.1. envolveu um morador do estado que viajou recentemente ao Brasil
Os EUA registraram nesta segunda-feira (25) o primeiro caso de infecção por uma variante do coronavírus identificada inicialmente no Brasil. Segundo o jornal The Washington Post, o caso foi notificado no estado de Minnesota e divulgado por autoridades de saúde locais.
O Departamento de Saúde de Minnesota informou que o caso da variante chamada de P.1. envolveu um morador do estado que viajou recentemente ao Brasil. A infecção, classificada como altamente transmissível, foi detectada por meio de sequenciamento em amostras de sangue aleatórias.
O paciente contaminado vive na região metropolitana de Twin Cities e começou a apresentar sintomas no início de janeiro –o teste com resultado positivo foi feito em 9 de janeiro .
O anúncio da primeira variante vinda do Brasil com registro nos EUA aconteceu poucas horas depois de o presidente Joe Biden ter revertido a liberação de Donald Trump e voltado a impor restrições de viagens a passageiros vindos de território brasileiro.
A preocupação da Casa Branca, sob orientação do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), é justamente com o surgimento de novas variantes do coronavírus em países como Brasil, Reino Unido e África do Sul, que também entraram na lista de limitações impostas nesta segunda pelo governo democrata.
Em sua proclamação para impor as novas restrições, Biden cita a variante do coronavírus que foi identificada no Brasil e diz que isso pode “impactar o potencial de reinfecção.”
De acordo com Michael T. Osterholm, diretor do Centro de Pesquisa e Polícias para Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, a aparição da variante brasileira nos EUA não é surpreendente.
“É um desenvolvimento muito difícil, mas, ao mesmo tempo, não é inesperado”, afirmou o especialista, que também compõem o time de Biden para a resposta ao coronavírus.
Os EUA lideram o número de casos e mortes por Covid-19 no mundo –com quase 420 mil vítimas da doença– e a expectativa é que o país chegue à marca sombria de meio milhão de mortos no mês que vem.
Todos os vírus sofrem mutação e existem inúmeras variantes em circulação. A do Brasil, porém, é uma das três que têm atraído atenção global nas últimas semanas, junto com as identificadas pela primeira vez no Reino Unido e na África do Sul.
Algumas autoridades de saúde estão preocupadas com o fato de que as vacinas atuais podem não ser eficazes contra novas variantes do coronavírus e têm orientado cautela redobrada ao tratar do assunto.
Nesta segunda, a farmacêutica Moderna, por sua vez, afirmou que sua vacina funciona contra as variantes encontradas no Reino Unido e na África do Sul, mas lançaria, pelo que classificou de “excesso de zelo”, trabalhos para impulsionar a imunização contra as novas cepas do coronavírus.