Ex-conselheiros da Petrobras dizem que CPI afastaria investidores e apontam interferência do governo
Se vier a ser aberta uma CPI, conhecedores da legislação e ex-integrantes da Petrobras veem margem para que a diretoria da empresa ou acionistas minoritários acionem a Justiça
Ex-conselheiros da Petrobras afirmam que a abertura de uma CPI para investigar a diretoria da estatal geraria insegurança, afugentaria investidores externos e poderia, inclusive, contribuir para paralisar a venda de refinarias.
Para um ex-integrante da cúpula da companhia, o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) estimular o Congresso a abrir uma comissão de investigação já configuraria uma interferência na empresa, o que poderia ser interpretado como uma afronta à Lei das Estatais.
O argumento é que, ao gerar pressão extrema sobre o comando da companhia ameaçando abrir uma CPI que pode gerar grandes perdas, o governo pode acabar por direcionar ações lá dentro, o que seria uma intervenção.
A Lei das Estatais veda interferências do acionista controlador, neste caso a União, na Petrobras, e prevê sanções por abuso de poder.
Se vier a ser aberta uma CPI, conhecedores da legislação e ex-integrantes da Petrobras veem margem para que a diretoria da empresa ou acionistas minoritários acionem a Justiça contra a União.
As ações da Petrobras tiveram forte queda nesta sexta-feira (17), puxando a Bolsa de Valores brasileira para o fundo e piorando o fechamento de uma semana já negativa para o mercado diante da alta histórica dos juros nos Estados Unidos.
Depois de recuarem cerca de 10% nas cotações mínimas do dia, os papéis ordinários (PETR3) e preferenciais (PETR4) da petrolífera controlada pelo governo federal fecharam o pregão com perdas de 7,25% e 6,09%, respectivamente.