BAR EM BAR

Festivais gastronômicos ajudam a superar impactos da pandemia, diz Abrasel-GO

Em entrevista ao Mais Goiás, presidente da Associação de Bares e Restaurantes destaca cenário econômico do setor

Danillo Ramos, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel) (Foto: Divulgação - Abrasel/GO)

Apesar de ter esperanças de um futuro melhor, o setor de bares e restaurantes ainda sente os reflexos que a Covid-19 deixou. Neste contexto, a consolidação dos festivais gastronômicos se mostra ainda mais importante para fomentar a economia do segmento, avalia o presidente da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO), Danillo Ramos.

Não importa se o bar toca Caetano Veloso ou Jorge e Mateus, esse estabelecimento pode estar operando no vermelho ou com dificuldades de fechar todas as contas. Um dos principais patrimônios dos goianos ainda vê diariamente os reflexos da pandemia que assolou o mundo. É a forma como resume Danillo Ramos em uma entrevista exclusiva ao Mais Goiás.  

Nesse contexto, festivais promovidos pela Abrasel, como o Bar em Bar e o Brasil Sabores, são fundamentais para a retomada econômica do setor, avalia Ramos. O primeiro, inclusive, está em curso em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e, pela primeira vezm em Rio Verde, na região Sul de Goiás e vai até o dia 12 de novembro. 

De acordo com Ramos, o Bar em Bar registra em média um aumento de venda mensal nas casas que pode chegar a 20% do faturamento do local. “Apesar de ainda não termos números oficiais, dá pra falar que o resultado é bastante positivo. Já temos feedbacks de casas em Rio Verde, que estão vendendo muito bem. Estão realmente muito satisfeitas com o festival”, relata.

Apesar da esperança de um futuro bom, o setor foi atacado de forma vertiginosa pela pandemia da Covid-19 que ainda reflete em parcela significativa de estabelecimentos, destaca Danilo. “Todas as pesquisas que saíram até aqui mostram que o setor ainda sofre com endividamento de dívidas contraídas durante a pandemia. De maneira geral, o endividamento é o grande vilão dos bares e restaurantes que passaram pela pandemia”, postula.

Danillo Ramos, em entrevista ao portal Mais Goiás (Foto: Divulgação – Abrasel)

Danilo não considera aqueles estabelecimentos que fecharam. “São muitos”, lamenta. Destaca, inclusive, que até o período pandêmico, 10% das empresas operavam sem lucro ou prejuízo. “Hoje em dia são 20% a 30%. Infelizmente, esse número não cai e vai se consolidando, sendo considerado alto”, cita. 

“A gente entende que tem empresário que acredita no futuro e por isso ainda está aberto, mas a realidade é que o momento é de prejuízo devido ao endividamento, seja com impostos ou dívidas bancárias. Muita gente ainda está com o nome sujo. Isso faz com que o setor trabalhe com sinal de alerta vermelho”, alerta.

Por fim, ele exalta festivais gastronômicos, inclusive aqueles que não são promovidos pela Abrasel, como o Comida di Buteco. “Nós não organizamos, mas apoiamos”, explica. “Eles são muito importantes para fomentar o setor. Não à toa o Sebrae sempre apoia o Bar em Bar, porque entende que o festival gastronômico promove os restaurantes e bares”, complementa. 

Danillo acredita que a repercussão midiática que os festivais tem faz levar mais pessoas aos estabelecimentos, forçando-os a melhorar a qualidade no atendimento e oferecer melhores cardápios ao cliente. “No fim das contas, engaja as equipes de atendimento. Consequentemente, as casas investem em treinamento, melhoria e criatividade da gastronomia. Isso é importante para que os bares e restaurantes consigam atingir novos públicos e se manter no mercado”, salienta.

Aposta na interiorização dos festivais

Para 2024, a aposta está na esperança de um futuro melhor para a economia, além do fortalecimento dos festivais já promovidos pela Abrasel. “Vamos priorizar os festivais tradicionais que é o Bar em Bar e o Brasil Sabores, que são nossos grandes festivais. Todos os nossos esforços vão ser dedicados a fortalecê-los para 2024”, pontua.

Parte da ideia do fortalecimento é levá-los para municípios e regiões turísticas de Goiás. “Queremos expandi-los para todo o interior. Rio Verde e regiões de pegadas do cerrado, que é uma região que nos interessa a expansão do festival”, conclui.