COPOM

Fieg, sindicatos patronais e de trabalhadores de indústrias protestam contra taxa Selic em 13,75%

Segundo economista, apesar de porcentagem da inflação vir desacelerando, ela não está em queda para todos os setores; ela diz que presidente do BC tem intenção de pressioná-la

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), sindicatos patronais e entidades laborais da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Força Sindical Nacional, Força Sindical Goiás, Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat) realizam um ato contra a alta taxa básica de juros da economia. O evento será nesta quarta-feira (12), às 12h, na Casa da Indústria, em Goiânia.

Vale citar, no mesmo dia o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para decidir sobre a taxa Selic – que é justamente a taxa básica de juros da economia, sendo utilizada pelo BC para controle de inflação. Apesar de indicadores de deflação, a expectativa do mercado é que esta será mantida nos mesmos 13,75% de hoje.

Trata-se da maior taxa de juros reais do mundo. Presidente da Fieg, Sandro Mabel afirma que o patamar da Selic inibe novos investimentos e, consequentemente, o crescimento do País, prejudicando o setor produtivo. “Os altos juros penalizam o setor produtivo e toda a sociedade. Precisamos ter uma economia competitiva para retomada da industrialização e isso passa, necessariamente, pela redução dos juros”, argumenta.

Vale citar, é possível que, na próxima reunião do Copom, em agosto, a taxa seja revista para 12,25%, conforme economistas a diversos veículos de imprensa. A expectativa, com a deflação, era de queda neste momento.

É preciso dizer, estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao fim de 2023 foi rebaixada de 5,42% para 5,12% e de 4,04% para 4% em 2024. Nos dois anos seguintes, as reduções foram de 3,9% para 3,8% e de 3,88% para 3,08%, respectivamente.

Economista

Ao Mais Goiás, a economista Andreia Magalhães explicou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem intenção de mantê-la no mesmo patamar para tentar pressionar a inflação. “Na verdade, para baixo.” Segundo ela, apesar de porcentagem da inflação vir desacelerando, ela não está em queda para todos os setores.

“Veja, o combustível ainda inflaciona. O dólar, embora viva um momento de queda, ainda inflaciona, pois usamos muitos insumos/matérias primas cambiadas em dólar. Para além disso, esse patamar de Selic pressiona ou, pelo menos, tenta pressionar a inflação para baixo ao longo do ano e, até quem sabe, para uma meta ainda menor em 2024”, argumenta.

E conclui: “Além disso tudo, ainda tem a questão tributária e fiscal do País que não foi votada e nem está resolvida de forma clara. Isso também é sensível para a decisão do Copom. Enfim, é ruim para quem precisa de crédito, mas o Comitê avalia a cautela da queda na Selic.”