CARTA

Fora dos 18 Estados que pedem prorrogação do auxílio emergencial, Goiás não justifica posição

Pedido para continuidade do benefício foi realizada na última semana

Agência da Caixa Econômica Federal (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O auxílio emergencial chegou ao fim na última quarta-feira (27). Contudo, 18 Estados brasileiros, por meio de seus secretários da Fazenda, enviaram uma carta ao Congresso Nacional, na última semana, para que o benefício fosse prorrogado. Goiás, contudo, não está na lista.

Desde quinta (28), o Mais Goiás tenta verificar um posicionamento sobre a questão com a pasta de Economia do Estado. Contudo, até o momento não houve retorno. Em contato direto com a assessoria do governador Ronaldo Caiado (DEM), nesta sexta-feira (29), a mesma informou que o gestor não se pronunciará sobre o assunto.

Ainda na quinta, o portal conversou com economistas para saber o que eles pensam sobre a prorrogação do auxílio. Os entendimentos foram divergentes.

Enquanto, advogado tributarista e economista Danilo Orsida afirma que para o governo representa um aumento de gastos diante de uma crise econômica, a economista Andreia Magalhães vê no benefício pode aquecer mercado. Ambos, contudo, reconhecem a importância para as famílias.

Pedido de prorrogação

Os 18 Estados que assinaram a carta foram: Piauí, Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Ela foi enviada em nome do Comitê dos Secretários da Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz).

No texto, os representantes dizem que “a continuidade de tal medida é essencial para não colocar milhares de famílias em situação de fome e desamparo social, manter o nível do consumo, evitando a paralisia da atividade econômica e, consequentemente, a arrecadação dos tributos, principalmente do ICMS, principal imposto estadual”.
Eles observam que a perspectiva de uma vacinação satisfatória ainda é distante. “Lamentavelmente, ao contrário do que esperávamos, a pandemia ainda não chegou ao fim.”

Reforça-se, o auxílio emergencial terminou, oficialmente, na quarta-feira, com um último pagamento para 196 mil pessoas, que contestaram a suspensão ou a negativa do auxílio nos meses de novembro e dezembro. Em Goiás, entre abril e dezembro, foram R$ 9,9 bilhões em benefícios transferidos pela caixa – no País, R$ 292,9. Em uma conta superficial, mensalmente, deixa de circular cerca de R$ 1,1 bi por mês no Estado.

Justificativa

Em sua live semanal, o presidente Bolsonaro justificou o fim do auxílio. Segundo ele, a continuidade do benefício quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas, no momento em que os principais candidatos às presidências da Câmara e do Senado defendem a discussão de algum tipo de ajuda para quem ficou sem renda durante a pandemia do novo coronavírus.

“Lamento. Pessoal quer que continue (o auxílio emergencial), [mas se continuar] vai quebrar o Brasil, vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre e todo mundo aí pagar caríssimo”, disse ele.