RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Forever 21 é despejada de shopping carioca por não pagar aluguéis

Decisão judicial o prazo de 30 dias para que a marca deixe o centro de compras

Forever 21 é despejada de shopping carioca por não pagar aluguéis (Foto: divulgação/ Riosul)

A Forever 21, localizada no Rio Sul Shopping do Rio de Janeiro, foi despejada do centro de compras devido aos atrasos dos pagamentos de aluguéis. A decisão foi dada pela Justiça e deu 30 dias para que a marca deixe o centro do compras.

A rede de lojas passa por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos desde setembro de 2019. Segundo a revista Exame, há ao menos mais dois outros processos por falta de pagamentos de aluguéis em trâmites na Justiça que foram movidos pelos shoppings Tijuca e Plaza Niterói, também do Rio de Janeiro.

Desde setembro de 2019, a quantidade de lojas da marca caiu de 36 para 19 no Brasil. Um acordo foi fechado com outra administradora de shoppings centers, a  Multiplan, resultou no encerramento de 11 lojas em marca em shoppings do grupo.

“Sair de uma rede como a Multiplan, com shoppings voltados para classe média e alta, significa perder potência de venda. E o ambiente de consumo da marca se perdeu, não se ouve falar de Forever 21”, diz Ana Paula Tozzi, da AGR Consultores.

Ela aponta “um somatório de problemas” sobre a decisão do encerramento das atividades em algumas lojas. “A empresa depende de importação e, com o dólar a quase R$ 6, é difícil recompor estoques. Depois, o modelo fast fashion mudou. As novas gerações buscam sustentabilidade .”

O e-commerce é outro entrave às atividades da Forever 21. Segundo ela, a marca foi uma das que priorizaram o varejo físico e entrou com certo atraso no digital. “Agora, mesmo focando no digital, o e-commerce soma 25% das vendas como um todo, não compensa a perda do físico.”

Justiça

A Forever 21 tinha dívidas de 10 bilhões de dólares quando pediu proteção à Justiça americana. Além disso, a marca previa fechar 350 dos 800 estabelecimentos que tinham pelo mundo.

Porém, o shopping alegou que a unidade vendeu, entre julho e dezembro, R$ 1,85 bilhões em vendas. “Num cenário de pandemia, o que se recomenda é que as partes sejam razoáveis e renegociem contratos. E isso foi feito sobretudo no momento de fechamento dos shoppings. Não se justifica inadimplência total do lojista nem intransigência total do shopping. A discussão chega à Justiça apenas quando não há acordo. Isso acaba acelerando o encolhimento da rede”, valia Raphael Moreira Espírito Santo, sócio da área de direito imobiliário do Veirano Advogados.
A reportagem entrou em contato com a Forever 21 e brMalls, mas não comentaram sobre o caso.
*Com informações da Exame