Economia

Gasolina e etanol ajudam a desacelerar inflação no mês de novembro, em Goiânia

Alimentação continua sendo o grupo com maior variação de alta no mês de novembro

Com variação de 0,15%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) sofre uma desaceleração no mês de novembro, em Goiânia, segundo dados do Instituto Mauro Borges, da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan), apresentados na tarde desta quinta-feira (6). No mês de outubro foi registrado índice de 0,5% e no mesmo período do ano passado, o apurado foi de 1,1%. O acumulado do ano é de alta de 4,57%.

Segundo o gerente de pesquisa e sistemática e especiais da pasta, Marcelo Eurico Sousa, dos nove grupos pesquisados, o transporte foi o que apresentou maior peso nessa redução do índice. “Notamos que houve uma redução de 4,05% na gasolina e de 3,26% e isso levou a um recuo de 1,26% do total do grupo. Isso acontece pela ação promovida entre as distribuidoras e postos, e isso refletiu em muita oscilação nos preços constatados nos relatórios semanais que foram realizados”, conta.

Além disso, a mudança de bandeira tarifária da energia elétrica ajudou no campo da habitação para que o registro fosse menor no mês passado, segundo Marcelo. Foi uma redução de 0,26% em relação a outubro. No campo de serviços, a principal diferença foi assistida no grupo dos vestiários, que representaram um recuo de 0,44% em relação ao mês anterior, mesmo com a Black Friday.

Alimentação

Em contramão, o grupo dos alimentos foi o que mais apresentou alta com 0,68%, conforme o levantamento. Os principais “vilões” foram a batata inglesa (29,58%), tomate (27,55%) e alface (14,4%). Carne bovina, óleo de soja e feijão foram outros produtos que tiveram alta.

“Muitos fatores sazonais, como a chuva, acabam contribuindo para que isso aconteça. Pois, dependendo do volume pluviométrico, muitas plantações se perdem ou acabam sendo grande parte danificadas. Isso é refletido no aumento do preço dos produtos”, destaca.

A pesquisa também trouxe que os trabalhadores goianienses que recebem um salário mínimo precisam trabalhar quase 70 horas para adquirir uma cesta básica, avaliada em R$ 303,49. A alta no mês de novembro é 1,28% maior que registrado em outubro. No acumulado anual, a alta de preço da cesta básica chega a 1,73%.

A expectativa o instituto é que em dezembro não haja alteração generalizada do resultado constatado em novembro. “Não há anúncio de aumento de impostos. A chuva pode afetar alguns produtos que compõem a cesta básica do goiano, mas nada muito gritante. Apesar disso, essa percepção não adentra os alimentos que são influenciados pelo dólar”, conta.

Outra perspectiva é que a inflação no ano de 2018 termine acima dos 5%, maior do que registrado no ano passado, que foi de 3,40%.

*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.