Economia

Goiânia registra a maior inflação nos últimos 15 meses

Índice chegou a 1,16% na Capital, impulsionado por habitação e transportes

Goiânia registrou, no mês de outubro, a maior inflação nos últimos 15 meses. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) chegou a 1,16% impulsionado por dois setores da economia, a habitação e os transportes. Os dados são do instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB).

A pesquisa realizada pelo instituto mostrou que, no setores de habitação e transportes quatro ítens registraram as maiores variações positivas: a energia elétrica (26,38%), o gás de cozinha (3,83%), o etanol (7,55%) e a gasolina (6,60%). O gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais  do IMB, Marcelo Eurico, explicou que esses ítens estão mais caros por conta da grande quantidade de reajustes de preço realizados no último mês.

O setor que contrabalanceou a inflação foi a alimentação, que pelo sétimo mês seguido que teve queda, registrando valor negativo de 0,21% em outubro. No entanto, as refeições fora de casa estão mais caras. Os almoços por quilo tiveram aumento de 0,98% e os lanches de 0,98%. “A alimentação representa 30% do orçamento de famílias com renda de até cinco salários mínimos, por isso esses aumentos causam grande impacto”, pontua Marcelo.

O alimento que registrou a maior alta de preços foi o pão francês, cujo reajuste chegou a 1,92%. O gerente esclarece que esse produto tem muito impacto na renda das famílias e que a variação no valor foi consequência da energia elétrica estar mais cara, uma vez que padarias e panificadoras fazem uso intenso do recurso.

Segundo Marcelo, nos últimos três meses, o gás de cozinha passou por quatro reajustes, sendo o último feito em outubro. “Apesar de ter o reajuste, nós não passamos esse valor para as distribuidoras, pois com preço mais elevado, a venda cairia muito. Além disso, o aumento de preços sem aumento de salário provoca restrições de consumo”, explica.

Apesar do valor elevado do IPC no mês de outubro, o gerente tem expectativas de que em novembro haja uma queda do índice, mesmo com variação positiva. A causa dessa possível queda é que não vai haver mais reajustes na energia elétrica, levando em conta que a última mudança realizada no preço do recurso foi pontual.

 

*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.