Goiás terá safra de milho 19,5% maior, diz Conab
Soja e Feijão não tem boas previsões; oleaginosa terá redução de 20% no estado e prejuízo de R$ 2,173 bilhões, segundo dados da Aprosoja
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicados nesta terça-feira (12), o Brasil deverá colher 234,1 milhões de toneladas de cereais, fibras e oleaginosas. Ao todo, haverá um crescimento de 6,5 milhões de toneladas – 2,8% a mais do volume da safra passada. Em Goiás, os números foram bons apenas para a safra de milho, que deverá ser 19,5% maior.
Somando a primeira e a segunda safra, houve um crescimento de área de 3,5% e um rendimento de 15,5%. Segundo Leonardo Machado, consultor técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), uma série de fatores levaram a estes bons números.
“O milho de verão, plantado entre outubro e setembro, não sofreu tanto quanto a soja, por exemplo, com as chuvas e a alta temperatura”, explica. “E a segunda safra do milho, que representa o maior volume da colheita, começou a ser plantada em janeiro e fevereiro e terá boas condições climáticas”, completa.
Além disso, como a soja está sendo colida rapidamente, o milho está sendo plantado em velocidade similar. “A expectativa é de que a quantidade [de grãos colhidos] seja elevada também porque as plantações serão beneficiadas pelas chuvas previstas para fevereiro e março”, sublinha Leonardo.
SOJA e Feijão
De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja), calcula-se uma queda de 17% a 20% sobre a produção esperada no início do ciclo da soja.
A redução dos números se deve às altas temperaturas de Goiás, às chuvas irregulares e a dois veranicos – um em dezembro e um em janeiro. A Aprosoja soma um prejuízo de R$ 2, 173 bilhões, considerando um preço de R$ 65 por saca de soja.
Para a Conab, o feijão também terá queda. Estima-se uma redução de 250 mil toneladas na produção brasileira. Em Goiás, serão colhidas aproximadamente 60 milhões de toneladas a menos na primeira safra. Isso subirá os preços do feijão nas prateleiras até a colheita da segunda safra do grão.
Segundo Leonardo, a baixa se deve à redução de área plantada. Geralmente, os produtores escolhem plantar soja, milho ou feijão. No ano passado, as condições econômicas estavam mais favoráveis ao plantio de soja, portanto muitos escolheram a oleaginosa aos demais grãos.