Governo decide melhorar pagamento às termelétricas e conta de luz vai aumentar
Repasse aos consumidores terá um custo médio de R$ 0,15
Os consumidores terão um aumento médio, de pelo menos, R$ 0,15 na conta de luz para cobrir os custos com o acionamento de usinas termelétricas — uma alternativa para preservar os reservatórios das hidrelétricas que estão baixos por conta da seca prolongada. Esse impacto decorre da decisão do governo em ativar a Usina Termelétrica Fortaleza, da Enel, por prazo limitado a 90 dias. Para isso, a ideia é melhorar a remuneração da usina para cobrir o gasto operacional. O aumento será repassado para os consumidores. Estão nos planos fazer o mesmo com três termelétricas movidas a gás natural: Uruguaiana (da AES), Araucária (Companhia Paraense de Energia-Copel) e de Cuiabá.
Neste caso, o aumento da conta vai depender da necessidade de acionar ou não essas usinas. A estimativa de impacto para o consumidor é da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
As medidas constam de duas portarias do Ministério de Minas e Energia, publicadas no início desta semana. Estão ficarão em consulta pública para encaminhamento de sugestões até sábado. A norma definitiva deverá ser divulgada no fim da próxima semana. O governo alega que as usinas têm preço competitivo. Atualmente, elas não têm contrato de comercialização de energia. O plano é incorporar as três términas ao sistema elétrico até abril de 2019.
A proposta atende a recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) de se ampliar os recursos energéticos de geração a custos competitivos para o sistema e garantir a preservação dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a situação dos reservatórios chegará a uma situação preocupante em novembro: o patamar mais baixo do que o registrado no período em 2014 – quando ocorreu o pior armazenamento nos últimos 20 anos.