Guedes defende vacinação em massa e diz que medida é decisiva para a economia
Ele disse que é preciso seguir exemplos como o de Israel, que começou a imunização da população há três semanas e já vê as taxas de internamento de idosos caírem 60%
O ministro Paulo Guedes (Economia) defendeu nesta segunda-feira (25) a vacinação em massa no Brasil, dizendo que esse será um fator decisivo para o retorno seguro da população ao trabalho e para o desempenho da atividade em 2021.
“Neste terceiro ano [de governo], o grande desafio é a vacinação em massa. Espero que todos auxiliem esse processo”, afirmou em breve comentário sobre os dados da arrecadação federal. “A vacinação em massa é decisiva e um fator crítico de sucesso para o bom desempenho da economia logo à frente”, disse.
O ministro parabenizou envolvidos em esforços de vacinação como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), o Instituto Butantan, além da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), das Forças Armadas (que fazem parte da logística dos imunizantes) e dos profissionais de saúde.
O titular da equipe econômica disse que é preciso seguir exemplos como o de Israel, que começou a imunização da população há três semanas e já vê as taxas de internamento de idosos caírem 60%.
“É possível que o Brasil surpreenda de novo favoravelmente se derrubarmos a taxa de mortalidade. Israel acabou de fazer isso, concentrando na população idosa. Se concentrarmos o fogo ali [na vacinação de idosos], podemos derrubar a taxa de mortalidade”, disse.
Guedes tentou rebater críticas direcionadas ao governo federal, como a de que o Executivo não diversificou os riscos na compra de vacinas e deixou de negociar com múltiplos fabricantes.
“O Brasil está tentando comprar todas as vacinas, sou testemunha do esforço logístico que está sendo feito. A crítica de que teríamos ficado com uma vacina só simplesmente não cabe”, disse.
Até hoje, o Brasil só começou a vacinação usando a CoronaVac (produzida pelo laboratório chinês Sinovac) em iniciativa liderada pelo Butantan (do governo paulista), além da Oxford/AstraZeneca – enviada pela Índia após negociação do governo federal.
Guedes criticou quem, a seu ver, está usando a pandemia para fazer política. “Tem muita gente subindo em cadáveres para fazer política, isso não é bom. A população e os eleitores vão saber diferenciar isso lá na frente. Estamos num ano extremamente sério e difícil, e sempre houve essa perspectiva de que saúde e economia andam juntas”, disse.
Em seguida, o ministro criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tentou implementar um ajuste fiscal com aumento da carga tributária com a justificativa de que o pacote era necessário devido ao desequilíbrio nas receitas causado pela pandemia.
“Houve uma tentativa de aumento de impostos em São Paulo. Não aprovamos, é uma das razões pelas quais atrasamos a reforma tributária, porque não concordamos. Queremos simplificar e reduzir impostos”, disse o ministro.
Em seguida, Guedes defendeu que o Congresso limpe a pauta que está parada na fila de aprovação e busque a aprovação de reformas logo após o recesso. Para ele, isso é crítico para a atração de investimentos.
“Já está lá todo o destravamento para a nossa retomada, o desafio de transformar essa recuperação cíclica baseada em consumo numa retomada sustentada baseada em investimentos”, disse.
O ministro ainda reafirmou sua expectativa de que o país vai encerrar 2020 sem queda no número de empregados formais. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) serão divulgados na quinta-feira (28).
“Temos a expectativa de que será a primeira vez que o Brasil entra [em recessão sem perder empregos formais]. Neste ano, estamos com recessão maior e acredito que nesta semana teremos a confirmação de que perdemos zero emprego. Criamos alguns empregos formais no ano da pior recessão da história brasileira”, disse.