Guedes vê reforma tributária aprovada este ano e defende imposto como CPMF
Ministro, contudo, não deixou claro exatamente qual a reforma tributária que o governo pretende apresentar ao Congresso
Em entrevista à CNN na noite desse domingo (5), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse acreditar que a reforma tributária será aprovada ainda este ano.
Guedes, contudo, não deixou claro exatamente qual a reforma tributária que o governo pretende apresentar ao Congresso, elogiado, como “reformista e que tem auxiliado muito”.
O ministro, entretanto, voltou a sugerir um imposto sobre transações digitais (que tem sido chamado de CPMF digital) mas negou que seja uma nova CPMF. Para Guedes, essa é a melhor forma de reduzir a tributação sobre a folha de pagamentos, que é ‘o mais cruel’.
Para ele, o imposto sobre folha de pagamentos é o “mais cruel, feio, desagradável, uma areia no sistema” e que a sua substituição por esta tarifação sobre operações digitais “é um imposto que traficante de drogas, traficante de armas não escapa, ninguém escapa, não quero dar exemplos, que corruptos não escapam”, afirmou.
Substituição de impostos
Segundo Guedes, a ideia não é criar mais impostos, mas fazer uma substituição. O ministro voltou a culpar os 35 anos de economia social-democrata desde a redemocratização e os cinco últimos anos de dirigismo econômico da ditadura militar e disse que é preciso “experimentar reforma tributária liberal-democrata”, disse.
O pilar dessa reforma, segundo disse, é que a “pessoa física rica pague mais e empresa pague menos”, para gerar empregos, o que, segundo Guedes é a sua prioridade quando acorda todas as manhãs.
De acordo com o ministro da Economia, a solução para o que chama de “manicômio tributário”, é “simplificar os impostos, reduzindo os impostos sobre lucro e aumentando sobre os dividendos”.
Incluir até 8 milhões em programas de renda
Segundo ele, a epidemia de covid-19 ajudou a diagnosticar 38 milhões de pessoas na informalidade no país e 33 milhões com carteira assinada.
O ministro disse que quer incluir uma fração de 7 a 8 milhões desses 38 milhões de informais, que considera extremamente vulneráveis, no Bolsa Família até o ano que vem. “São indivíduos realmente frágeis”, diz.
“Vamos pegar o que cada lado tem de bom e não nos perder em narrativas excludentes”, disse o ministro, dizendo que não temerá usar o que teve de bom nos governos anteriores, citando o programa de criação de renda desenvolvido pelo ex-senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que “FHC iniciou timidamente com o Bolsa-Escola e Lula avançou com o Bolsa Família”, disse.
De acordo com Guedes, a linha liberal-econômica da Escola de Chicago, onde se pós-graduou, “sempre teve um lado social”.