As autoridades de Hong Kong aprovaram que, em alguns casos, seja possível amarrar à cama bebês e crianças em isolamento, apesar das críticas pelas possíveis consequências psicológicas destas medidas contra o coronavírus, expressas por internautas nas redes sociais nesta quinta-feira (18).
Embora seja uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, globalmente, a ex-colônia britânica conseguiu controlar a pandemia. Até agora, foram registrados 11 mil casos e 200 mortes relacionadas ao coronavírus, resultado obtido com a adoção de algumas das medidas e restrições mais severas do mundo.
No momento, as medidas não provocaram protestos significativos. Nas últimas semanas, porém, a indignação vem aumentando, em parte pelo cansaço de parte da população diante de restrições que não dão sinais de desaparecer.
Surgiram nas redes sociais críticas a uma prática que consiste em separar os filhos dos pais em unidades de isolamento. Há denúncias de que algumas mães foram proibidas de amamentar seus filhos e que crianças estão amarradas à cama para não se movimentarem.
Esta semana, o governo justificou as medidas em vários comunicados, incluindo a prática de amarrar crianças.
“Em geral, o hospital contemplará a aplicação de meios de contenção física apenas em pacientes pediátricos para salvaguardar a segurança e o bem-estar dos pacientes”, declarou a autoridade responsável pelos hospitais em uma nota divulgada na noite de quarta-feira.
De acordo com o comunicado, a medida será tomada com o “consentimento prévio dos pais e responsáveis”.
O texto afirma ainda que os pais negativos para covid-19 podem acompanhar seus filhos doentes nas unidades de isolamento, quando houver espaço. Já há registros, porém, de casos de pais em isolamento que foram separados de seus filhos.
Nos últimos dias, os consulados de Suíça, Reino Unido, Estados Unidos e França expressaram sua preocupação com as possíveis consequências psicológicas destas medidas.
Em Hong Kong, qualquer pessoa que teste positivo para o coronavírus é imediatamente hospitalizada e colocada em quarentena, com ou sem sintomas. As pessoas consideradas “contatos próximos” devem passar duas semanas em quarentena em instalações operadas pelo governo.
Além disso, a maioria das pessoas que entram na cidade deve passar três semanas em quarentena em hotéis reservados para isso, com hospedagem paga de seu próprio bolso.