Duas antigas instituições britânicas, a Igreja Anglicana e o Banco da Inglaterra, pediram desculpas na quinta-feira (18) pelo papel histórico de alguns de seus membros na escravidão, informou o jornal The Telegraph.
A mensagem veio em resposta ao trabalho do University College London (UCL) que indica que os responsáveis por essas instituições se beneficiaram do tráfico de seres humanos.
Segundo os pesquisadores, foi o caso de quase cem eclesiásticos e, no Banco da Inglaterra, de seis governadores e quatro administradores.
“Embora reconheçamos o papel que o clero e os membros ativos da Igreja Anglicana desempenharam na promoção da abolição da escravidão, temos vergonha de que outros membros da Igreja tenham participado ativamente e beneficiado da escravidão”, escreveu um porta-voz da Igreja citado pelo jornal de Londres.
“Como instituição, o Banco nunca esteve diretamente envolvido no comércio de escravos, mas está ciente de certos interesses indesculpáveis, tomados por ex-governadores e administradores, e pede desculpas”, relatou um porta-voz do Banco da Inglaterra.
O banco central indicou que retiraria os retratos dos ex-líderes que participaram dessa atividade.
As manifestações antirracistas que se seguiram à morte de George Floyd em Minneapolis (Estados Unidos) provocaram intenso debate no Reino Unido sobre a história do poder colonial.
Na quarta-feira, o Oriel College (Universidade de Oxford) falou a favor da remoção de uma estátua do político Cecil Rhodes (1853-1902), o arquiteto da colonização na África.
Segundo a imprensa, pesquisadores da University College London examinam as finanças de 47.000 pessoas envolvidas no tráfico de escravos, que foram compensadas em até 20 milhões de libras no total (o equivalente a 2 bilhões de libras hoje) após a abolição escravidão pelo Reino Unido em 1833.