Tragédia naval

Incêndio em submarino russo deixa 14 marinheiros mortos

As vítimas trabalhavam em uma operação de recolhimento de dados no leito marinho e morreram por intoxicação

Quatorze marinheiros morreram devido a um incêndio em um submarino de pesquisas em águas territoriais russas, informou nesta terça-feira (2) o Ministério da Defesa em Moscou.  O acidente ocorreu na segunda-feira (1º) num submarino destinado ao estudo do ambiente marinho e do fundo do oceano.

As 14 vítimas trabalhavam em uma operação de recolhimento de dados no leito marinho e morreram por intoxicação. De acordo com o órgão, o submergível tem base na cidade de Severomorsk, na região de Murmansk, que fica no norte da Rússia, próxima da fronteira com Finlândia e Suécia.

O acidente foi controlado, e o submarino pôde retornar ao porto, afirmaram as autoridades. Agora, a marinha russa deve realizar uma investigação para determinar as causas do incêndio. Segundo uma fonte militar não identificada ouvida pelo canal de notícias russo RBC, o modelo do submarino era um AS-12 movido a energia nuclear, mas não houve confirmação oficial da informação.

O AS-12, a partir de informações de reportagem do jornal russo Izvestia, foi lançado em 2003 e é conhecido pelo apelido “Losharik”. A embarcação é projetada para operar em profundidades inacessíveis a submarinos comuns, de acordo com o jornal, e pode ser usada para realizar operações especiais.

Segundo a publicação, o modelo é feito de uma série de esferas interconectadas, que são mais fortes que a construção submarina convencional e permitem que o AS-12 resista à pressão da água. A usina que construiu o navio se recusou a divulgar qualquer detalhe sobre o veículo, citando regras de sigilo, segundo o Izvestia.

Nesta terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, cancelou um compromisso público para se encontrar com o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, informou a agência de notícias russa RIA.  Esse acidente lembra a tragédia do submarino à propulsão nuclear Kursk, que afundou com 118 homens a bordo em 12 de agosto de 2000, quando começava o primeiro mandato de Putin.

Vinte e três tripulantes sobreviveram durante vários dias após a explosão que provocou o afundamento do submarino, mas morreram por não terem sido resgatados a tempo. Até hoje esse episódio segue como a pior tragédia sofrida pela marinha russa. Desde então, Putin supervisionou um aumento maciço no financiamento militar que permitiu às Forças Armadas renovarem seus equipamentos.

Ainda assim, acidentes continuaram a acontecer. Em dezembro de 2016, um avião militar russo transportando 92 pessoas, incluindo dezenas de cantores do Coro do Exército Vermelho, colidiu no Mar Negro a caminho da Síria. Todos a bordo morreram.