Inflação de Goiânia registra recuo em agosto
Redução do índice foi influenciada pela desaceleração dos preços de alguns produtos alimentícios e dos custos com habitação e vestuário
Depois de 11 meses seguidos de constantes altas, a inflação de Goiânia, referente ao mês de agosto, registrou recuo e ficou em 0,25%, na comparação com julho, quando a taxa ficou em 1,43%. No acumulado do ano o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) chega a 7,41% e em 12 meses a 12,55%. Os dados são do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan).
Em agosto, a redução do índice inflacionário em Goiânia foi influenciada pela desaceleração dos preços de alguns produtos alimentícios e dos custos com habitação (-0,88%) e vestuário (-0,26%).
O preço do feijão carioca que estava em alta, desde o início do ano, caiu 6,96% no mês passado, bem como o leite longa vida (-1,17%), alguns cortes da carne bovina (lagarto) -4,56%, o óleo de soja, – 1,60%, e tubérculos e verduras: repolho – 17,78%, alface – 4,32%, batata inglesa – 8%, cebola – 11,19%. As frutas também recuaram: melancia – 10,14%, maçã – 4,66% e outras. Contudo, na alimentação fora de domicílio, ocorreu reajuste no preço do almoço a quilo (4,62%) e do suco de laranja (2,05%).
Segundo o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais da Segplan, economista Marcelo Eurico de Sousa, o recuo da inflação no mês passado, embora ainda com índice positivo, está associado não apenas ao aumento da oferta de vários produtos, mas também a menor demanda provocada por aumentos sucessivos de preços ocorridos, este ano, com forte comprometimento da renda das famílias. “Aumentar os preços de produtos e serviços num momento em que a renda das famílias não cresce e em muitos casos diminui, em razão da crescente taxa de desemprego, não é o melhor negócio para o momento”, aconselha.
Energia
No mês passado, dos nove grupos que compõe o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Goiânia, sete apresentaram variação positiva e outros dois, taxa negativa. A redução da alíquota do PIS/Cofins influenciou a diminuição do custo da tarifa de energia elétrica em -4,54%, ajudando a desacelerar o índice inflacionário. O recuo do grupo vestuário foi puxado pela queda de -5,36% no preço da blusa feminina e de -2,60% na camiseta masculina.
Segundo Marcelo Eurico, o IPC do mês passado, embora tenha sido o menor dos últimos meses, foi fortemente influenciado pelos grupos de alimentação e saúde e cuidados pessoais. Os preços dos medicamentos registraram alta de 2,21% e de exame de laboratório de 3,24%. Os preços do desodorante subiram, em média, 3,40% e o papel higiênico em 1,89%.
Embora a colheita da cana-de-açúcar esteja em ritmo acelerado no Centro-Oeste, o preço do etanol subiu 2,26% em agosto e da gasolina em 1,05%, que aliado a alta de 6,23% nos preços das passagens de ônibus interestadual e de 4,76% no intermunicipal, pesaram em 0,53% o grupo de transportes.
No grupo educação houve reajuste nos preços do curso de informática (6,46%), no de despesas pessoais, o corte de cabelo masculino subiu 9,37%. O grupo comunicação que estava em baixa nos últimos meses, sofreu impacto de 0,18% em agosto, puxado pelo preço do serviço de telefonia celular pós-pago que ficou 2,13% mais caro. No grupo de artigos residenciais verificaram-se reajustes nos preços dos serviços de manutenção de aparelhos domésticos (2,08%), colchão de solteiro (4,77%), rack para TV e som (7,89%) e de fronha para travesseiro (9,01%).
Cesta básica
A redução dos preços de alguns alimentos contribuiu para a queda de 1,18% no custo da cesta básica para o trabalhador goianiense. Para se adquirir os 12 itens da cesta são necessários R$ 358,74, o corresponde a 40% do salário mínimo vigente no País, de R$ 880,00, segundo IMB/Segplan.
No ano, a cesta básica em Goiânia já subiu 12,37% e em 12 meses 24,72%. Em agosto, foram registrados recuos de preços do feijão (-5,30%), da carne bovina (-0,45%), do leite (-1,17%), dos legumes/tubérculos (-1,79%) e do óleo de soja (-1,60%). Subiram os preços do arroz (0,35%), das farinha/massas (1,81%), do café (4,18%), da margarina (1,25%) e das frutas (0,27%). Ficaram com os preços estáveis o pão e o açúcar.