Inflação nas alturas e Bolsonaro cantando Marcha Soldado em Brasília

Não está fácil para o brasileiro fechar as contas. A inflação do mês de julho bateu recorde. Desde 2002 não tínhamos um sétimo mês do ano com índice de reajuste de preços tão alto. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou 0.96%. Só para efeito comparativo, em julho de 2020 esse número foi de 0,36%. Nos últimos 12 meses, a inflação atingiu o patamar de 8,99%.

Empobrecemos, perdemos poder de compra, entramos no vermelho, pagamos juros aos bancos e empobrecemos ainda mais. Esse é o círculo vicioso em que a maioria dos brasileiros estamos metidos.

Com o povo vivendo esse drama, é de se esperar que a maior prioridade de quem nos governa seja melhorar a economia com aumento do emprego e renda do brasileiro, não é mesmo?

Mas nesse Brasil de cabeça pra baixo, Jair Bolsonaro está brincando de Figueiredo com tanques enferrujados pelas ruas do Plano Piloto em Brasília. Nada diz sobre a carestia. Nada fala sobre o carrinho de supermercado inacessível ao brasileiro. Completamente mudo sobre a extorsão que é encher o tanque de combustível hoje no Brasil.

No mês passado, o que puxou a inflação pra cima foi a conta de luz. E não há no horizonte expectativa de que essa cobrança arrefeça. A estiagem está pesada, nossos reservatórios estão na guimba e devemos ficar mais tempo ainda na bandeira vermelha que debilita nossos bolsos. Você viu o Governo Federal se mobilizar e promover campanhas para uso inteligente de água e energia para evitar um racionamento? Pois é, não dá tempo de focar nisso. A prioridade hoje é cantar Marcha Soldado e ver tanque passar na rua.

O cabeça de papel não quer governar. Isso é chato, dá trabalho e tem que ser sério.

Enquanto Bolsonaro brinca de soldadinho, a gente não sabe o que fazer com a pilha de boletos que só cresce. De certo será o voto impresso que vai baixar o preço das coisas…

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil