Investimentos do governo em infraestrutura atraem novas empresas para o Estado
O Governo de Goiás deve assinar nos próximos dias termos de protocolos de intenções para a instalação e ampliação, respectivamente, de duas indústrias na cidade de Anápolis
Investimentos para garantir melhorias nas condições de infraestrutura ao longo dos últimos anos e uma atrativa política de incentivos fiscais com os Programas Fomentar e Produzir. A combinação desses dois fatores tem feito com que o Estado de Goiás esteja na mira dos investidores. O Governo de Goiás deve assinar nos próximos dias termos de protocolos de intenções para a instalação e ampliação, respectivamente, de duas indústrias na cidade de Anápolis, a Mundipharma Brasil, distribuidora de medicamentos – estima-se geração de 20 empregos diretos e R$ 3 milhões em investimentos – e a Carta Fabril, que produz fraldas descartáveis, absorventes íntimos e papel higiênico, já sediada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). A empresa fará um novo investimento de R$200 milhões.
A expansão do negócio deverá resultar na contratação direta de mil pessoas. Outro investimento de peso será feito pelo grupo do setor alimentício Kraft Heinz, que inaugura, em abril de 2018, a nova fábrica da Heinz em Nerópolis podendo gerar inicialmente até 500 empregos diretos e indiretos. Com o aporte de R$ 380 milhões, a empresa também vai expandir e modernizar a unidade já existente no município. O protocolo de intenções foi firmado com o Governo de Goiás no dia 30 de maio, durante solenidade no Palácio Pedro Ludovico Teixeira.
Somados, os três novos empreendimentos representam um montante de R$ 583 milhões, considerado significativo na economia goiana. Em 2016, o território goiano recebeu 9 novas indústrias de ramos diversificados, totalizando R$ 896 milhões injetados na economia, que resultaram na geração de 3.980 empregos diretos e 10.840 indiretos.
Chefe de Gabinete de Gestão da Promoção e Atração de Investimentos e Negócios de Goiás, Investe Goiás, Leonardo Jayme, acredita que a marca será superada em 2017, já que outros grupos manifestaram o interesse de se fixarem em solo goiano. “O que eu tenho notado é isso. A melhoria da infraestrutura no estado tem chamado a atenção dos investidores e tem feito com que eles coloquem na balança da decisão deles o peso da qualidade da nossa infraestrutura. Não só nossas rodovias estaduais em excelente estado, novas rodovias que foram pavimentadas recentemente, expectativa de outras que têm planejamento pra pavimentar”, vislumbra.
Localização estratégica
Localizado no coração do país, Goiás é favorecido por uma posição geográfica de destaque, próximo à capital federal. A integração de vários modais de transporte no município de Anápolis é apontada como um forte atrativo para novas indústrias.
A rede logística, já composta por rodovias como a BR-060 – continuação da BR-153 que liga o país de Norte a Sul – e pela Ferrovia Norte-Sul, será incrementada com obras importantes que devem ser concluídas ainda neste ano: o Aeroporto de Cargas de Anápolis e a Plataforma Logística Multimodal. Segundo Leonardo, os empresários vindos de outros estados ou países que ainda não conhecem essas “vantagens” ficam surpresos positivamente quando são apresentados a esse cenário e geralmente “fecham negócio”.
Infraestrutura garante desenvolvimento da economia
O chefe do Núcleo de Operações Rodoviárias da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Riumar dos Santos, explica que o governo de Goiás busca melhorar a qualidade da infraestrutura das rodovias estaduais e a manutenção do bom estado da malha viária para garantir bons resultados e o desenvolvimento da economia – viabilizando o escoamento da produção agrícola e demais produtos – além de atender às condições de segurança e conforto tanto para o transporte de passageiros quanto para o transporte de cargas.
Tais objetivos são implementados por meio dos programas: Rodovida Construção (pavimentação e duplicação de rodovias), Rodovida Reconstrução e Rodovida Manutenção. “O Governo de Goiás tem a preocupação de oferecer a infraestrutura adequada para suprir as demandas da economia e reduzir os custos operacionais de exportação ou de transporte desses produtos para outros pontos do país”, frisa.
Goiás tem hoje uma malha viária estadual formada por 20 mil quilômetros, sendo 11 mil pavimentados e 9 mil não asfaltados.
Santos destaca que, em 2011, foi realizado um levantamento dos trechos antigos que se encontravam em condições precárias e 4,5 mil quilômetros já foram restaurados, por meio do Rodovida Reconstrução. Além da capa asfáltica, foram construídas pontes e viadutos, entre outras melhorias.
Goiás na Frente prevê investimentos de R$ 650 milhões em infraestrutura
O Programa Goiás na Frente prevê mais de R$ 650 milhões destinados para a execução de 39 obras em diferentes regiões do Estado de Goiás. São 15 obras de duplicação (GO – 070 – quatro intervenções, GO-010, GO-080 – seis intervenções, GO-139, GO-206, GO-213, GO-207), sendo quatro pontes. As obras na GO-070 terão quase R$ 100 milhões em investimentos, e as da GO-080, aproximadamente R$ 70 milhões.
A rodovia que já foi duplicada na saída de Goiânia até o campus 2 da UFG será estendida até o entroncamento com a BR-153. Há também a construção de um anel viário em Rio Verde. São quatro obras de construção de aeródromos, e 20 de construção de trechos rodoviários. Está prevista a duplicação dos acessos das rodovias à cidade de Goiânia.
Aeroporto de Cargas de Anápolis
A Agetop deu início a mais uma fase da construção do Aeroporto de Cargas de Anápolis, importante empreendimento que tornará Goiás referência no transporte multimodal de cargas na América Latina. Nessa etapa, equipes da Agência executam serviços de terraplanagem para construção do pátio de estacionamento e a pista de taxiamento das aeronaves. A conclusão da obra está prevista para este ano.
O Aeroporto de Cargas se destaca por estar localizado em ponto estratégico, na região central do país. Com extensão de três quilômetros de comprimento por 60 metros de largura, a pista de pouso e decolagem foi preparada para receber aeronaves de grande porte, de até 400 toneladas, como o Boeing 747-400-E.
O Aeroporto concentrará toda a movimentação de cargas da região, viabilizará a importação e exportação de diversos tipos de produtos como farmacêuticos e componentes eletrônicos e agilizará a distribuição de correspondência pelos Correios. Toda essa infraestrutura representará economia para as empresas goianas e de outros estados. Ao todo, a fase concluída e em execução apresenta custo de R$ 321 milhões.