Lira alfineta diretor da Petrobras: “Brasil não pode tolerar gasolina a R$ 7”
Segundo o presidente da Câmara, Mastella é bem pago para buscar outras soluções
Pelo Twitter, o presidente da Câmara Arthur Lira alfinetou o diretor da Petrobras Cláudio Mastella. O deputado lembrou que Mastella disse estudar “com carinho” um aumento de preços. “Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente”, criticou.
Ainda sobre a sinalização de aumento de preços nos combustíveis, Lira disse “que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120”. Segundo ele, a Câmara colocará alternativas em discussão no Colégio de Líderes, na quarta (29).
“A Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado”, disse e seguiu: “Mesmo assim, o dólar persiste num patamar alto. Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável.”
O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com “carinho” um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) September 28, 2021
Bolsonaro faz apelo a ministro por redução nos combustíveis
Também na segunda, em encontro fora da agenda, Bolsonaro (sem partido) pediu ao ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque por medidas para redução do preço dos combustíveis para o consumidor. O próprio presidente revelou a conversa.
“Hoje, estive com o ministro Bento, conversando sobre a nossa Petrobras, o que podemos fazer para melhorar, diminuir o preço na ponta da linha. Onde está a responsabilidade? Eu usei muito nos últimos dias uma outra passagem bíblica: ‘Por falta de conhecimento, meu povo pereceu’. Nós temos que ter conhecimento do que está acontecendo antes de culpar quem quer que seja”, declarou em cerimônia no Palácio do Planalto.
Bolsonaro tem reiteradamente colocado a culpa nos Estados pelo aumento do preço dos combustíveis. Então, na segunda quinzena deste mês, 20 governadores, inclusive Ronaldo Caiado (DEM), assinaram nota sobre o preço dos combustíveis. No texto, eles negam que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – um imposto estadual – é responsável pela o aumento, e afirmam que se trata de um problema nacional.
“Os governadores dos entes federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período“, inicia a nota.
E ainda: “Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema.”
Inflação puxada pelo combustível
Vale lembrar, a maior inflação de Goiânia em 20 anos foi puxada pelo combustível e energia elétrica. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 1,05% na capital em agosto, é o maior desde o mesmo mês de 2000. Segundo o IBGE, os combustíveis subiram cerca de 3,84%, enquanto a energia 1,57% no período.
Só a gasolina ficou 3,6% mais cara, acumulando reajuste no ano de quase 33%. O etanol, que subiu 5,5% em agosto, tem alta anual de 40,6%. Vale lembrar, em julho o índice foi de 0,66%.
O IBGE informou que, ao analisar os itens com maiores pesos na cesta de compras das famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários-mínimos em Goiânia, “destacam-se as variações mensais dos itens veículo próprio (1,81%), combustíveis de veículos (3,84%) e energia elétrica residencial (1,57%)”.
No ranking das capitais, a variação da inflação de Goiânia ficou em quarta lugar, atrás de Brasília (1,40%); Vitória (1,30%) e Curitiba (1,21%), à época. Atualmente, é possível achar a gasolina acima de R$ 6,40, na capital.