ECONOMIA

Mais 11 mil empresas abrem em Goiás no primeiro semestre de 2020

Número é maior que a média registrada nos últimos cinco anos e agronegócio tem influenciado positivamente esse número

Mais de 11 mil empresas abriram as portas em Goiás no primeiro semestre de 2020, de acordo com a Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). De acordo com o órgão, o número está acima da média registrada nos últimos cinco anos, período em que 10.664 empresas começaram a funcionar no Estado.

Euclides Barbo Siqueira, presidente da Juceg, afirma que a maioria das empresas que abriram em Goiás são do ramo farmacêutico, de contabilidade e de consultoria. Barbo diz que cidades já consolidadas no ramo industrial, como Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis, foram as localidades onde a maioria dessas empresas mais se instalou.

Barbo destaca que a curva de abertura de novas empresas está em crescimento desde o início do ano, mas que houve declínio entre abril e maio. Em junho, a curva retomou a trajetória ascendente , o que ajudou a consolidar o saldo positivo do semestre. “Muita gente fala que só estão abrindo micro e pequenas empresas; mas, de janeiro a junho deste ano, 323 instituições abriram com um capital acima de R$ 500 mil”, comemora.

Por outro lado, a Juceg informa que 6.328 empresas fecharam as portas no Estado no mesmo período. Como a pandemia ainda não tem previsão de término, Barbo recomenda aos empresários que tomem todas precauções para não falir. “O empresário tem que saber onde ele vai colocar o dinheiro dele. Para isso, é de extrema importância para que ele procure consultoria, saiba as fragilidades do momento e até onde ele realizar tal ação. Não é somente abrir [uma empresa], mas precisa estabilizar”.

Agronegócio determinante

Barbo diz que o agronegócio contribuiu, com destaque, para que o saldo de abertura de empresas fosse positivo no primeiro semestre por ser um segmento que alimenta uma ampla cadeia produtiva. “O agronegócio influencia outros segmentos, como o comércio e a prestação de serviço, por exemplo. Tudo trabalha em torno de uma boa safra. O agro indo bem movimenta bem todos os outros setores em geral”, diz.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que o agronegócio foi o único setor da economia que cresceu nesse ano. Não a taxa de crescimento não é igual à do ano anterior, mas é significativa. “O agronegócio tem estimulado todo o setor da economia, sendo o setor primário. Logo em seguida vem a indústria no setor secundário e toda uma cadeia de empresa relacionada ao segmentos”, afirma o economista Danilo Orsida.

Além de ser um dos fatores principais, o economista ressalta que deve ser levado em consideração outros dois pontos para os números positivos atuais: a política de estímulo a formalização e a flexibilização de regras propostas na reforma trabalhista. “A reforma trabalhista e flexibilização de regras trouxe uma nova roupagem capital-trabalho. Com isso, você enxerga várias pessoas investindo na pejorização e, consequentemente, se considerando um microempreendedor. Com isso, houve uma formalização dos que atuavam no campo da informalidade, e isso traz alguns benefícios para o empresário”, explica.