Greve dos Caminhoneiros

Metade das indústrias em Goiás fecha as portas

Das 23 mil indústrias goianas, 11 mil já interromperam as atividades por falta de matéria-prima…

Das 23 mil indústrias goianas, 11 mil já interromperam as atividades por falta de matéria-prima e por não terem condições de escoar a produção. As informações são das entidades que compõem o Fórum Empresarial de Goiás e das associações representativas de cada setor. Os impactos são sentidos após o nono dia de greve dos caminhoneiros.

As indústrias frigoríficas fecharam as portas desde a última sexta-feira, e os trabalhadores entraram em recesso. O prejuízo é estimado em R$ 10 milhões ao dia. Ainda no setor alimentício, as panificadoras estão sem leite, farinha de trigo e ovos para produzirem, segundo o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado de Goiás (Sindipão). Há previsão de que o setor também pare nos próximos dois dias.

As indústrias de medicamentos e as farmácias também estão prejudicadas. As empresas que compõem o polo farmacêutico de Anápolis informaram que já não têm óleo pra rodar as caldeiras. Os estoques de medicamentos estão crescendo e não há como escoá-los.

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) informou que acompanha com enorme preocupação a continuidade da greve de caminhoneiros, principalmente após o posicionamento do Governo Federal quanto ao atendimento de reivindicações do movimento. Para o presidente da entidade, Pedro Alves de Oliveira, é preciso responsabilidade na condução da manifestação: “Defendemos amplo diálogo, capaz de levar a suspensão imediata dos bloqueios das estradas e a retomada do transporte de cargas – tão fundamental à sociedade e ao setor produtivo. Os interesses de grupos não podem se sobrepor ao bem comum da população, gerando efeitos danosos à economia do País.”

Medidas
O governador José Eliton assinou decreto autorizando o uso das forças de Segurança para garantir que os serviços públicos essenciais para a população sejam atendidos, em função da paralisação dos caminhoneiros. Ele também definiu um plano de contingência que prevê como prioridade o abastecimento das frotas de Segurança, de ambulâncias e de hospitais com insumos.

“Estamos acompanhando tudo com muita atenção, preocupação, e tomando todas as providências necessárias”, disse. José Eliton determinou, ainda, a suspensão das aulas nas escolas estaduais, em razão da falta de combustível para abastecimento do transporte público e desabastecimento da merenda escolar.