Inovação e sustentabilidade

Motos elétricas fabricadas em Goiás devem chegar ao mercado em agosto

As primeiras motocicletas e bicicletas elétricas fabricadas em Goiás devem chegar à lojas em agosto.…

As primeiras motocicletas e bicicletas elétricas fabricadas em Goiás devem chegar à lojas em agosto. A Electro Motors do Brasil, empresa responsável pela fabricação dos veículos, inaugurou nesta quarta-feira (20) o primeiro polo de produção localizado em Goianésia, onde devem ser fabricados quatro modelos de motos e scooters.

O diretor da Electro, Carlos Eduardo Barbosa, conta que a encomenda já pode ser feita pelo site da empresa e que a produção de estoque já começou. Contudo, apenas em agosto os veículos chegam às lojas em todo o país. Ele garante que há revendedoras já cadastradas em Goiás. No endereço online é possível conferir todos os modelos e valores.

Carlos Eduardo pontua que os argumentos favoráveis aos veículos elétricos são relativos, sobretudo à manutenção. “O custo de manutenção é bem baixo, porque as peças da parte de combustão dos veículos normais como correias, correntes e o sistema de refrigeração não existem nos elétricos. A durabilidade também é grande, o que precisa ser trocado são elementos como pneus”, pontua.

Os veículos elétricos, ou veículos emissão zero, possuem grande apelo ambiental. Em uma publicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Energia, chamada Carros Elétricos, consta que a capacidade do motor elétrico em gerar trabalho pode chegar até 80%, enquanto os motores por combustão essa eficiência fica entre 12% e 18% e resultam na queima de combustíveis fósseis.

O engenheiro mecânico e professor dos cursos de engenharia do Instituto Federal de Goiás (IFG), Ronay de Andrade explica que apesar de não emitirem poluentes, os veículos emissão zero são movido à energia elétrica, cuja produção no Brasil possuiu impactos ambientais. Para que esses meios de locomoção fossem efetivamente “verdes”, o docente pontua que seria preciso que a energia elétrica tivesse produção eólica ou fotovoltaica (solar).

“Para produzir nossa energia elétrica aqui no Brasil, há um custo ambiental grande pois é preciso inundar uma grande área de floresta e mesmo inundada os materiais orgânicos que estão la em baixo estão liberando os gases CO2 e metano na atmosfera. Esses gases são tidos como gases do efeito estufa, então esse impacto faz com que essa energia seja tão limpa”, esclareceu o professor.

Vagas verdes em shopping da capital. (Foto: Divulgação/Shopping Flamboyant)

Recarga

Para Carlos Eduardo, a praticidade das motos e bicicletas elétricas é um atrativo a mais para o consumidor. Ele pontua que os veículos podem ser recarregados em tomadas comuns dentro da casa do proprietário e o tempo necessário para “abastecimento” varia de acordo com acordo o modelo.

No entanto, Ronay argumenta que no caso de veículos maiores, como carros de passeio ou até mesmo ônibus, é preciso de pontos de recarga. “Para os pequenos veículos recarregar em residências é viável, mas para veículos de maior porte seria necessária uma rede de carregamento seria como se fosse os nossos postos de combustível. Tem que ter uma tomada protegida, especial. Se não tiver esses locais de abastecimento você corre o risco de ficar na rua”, argumenta.

Pensando na ampliação do mercado de veículos elétricos em Goiás, um shopping da capital passou a oferecer uma “vaga verde” para seus clientes. No local, é possível reabastecer o veículo por meio de um carregador adaptável a diversos modelos.

A gerente de experiências e serviços ao cliente do shopping Flamboyant, Mônica Viana, explica que a iniciativa é pioneira no estado e que o cliente pode ficar por até duas horas utilizando o carregador. Além da preocupação ecológica e da inovação, ela acredita que o serviço oferecido funciona como estratégia de fidelização do cliente, que se sente atendido em suas necessidades no local.

Nesta segunda-feira (19), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a recarga de veículos elétricos para que estabelecimentos interessados em disponibilizar a carga, como o shopping supracitado, não interfiram na rede de distribuição de energia. O órgão deve disponibilizar as exigências para para local, de modo a evitar interferências da atividade nos processos tarifários dos consumidores.

Investimentos

O polo de motocicletas e bicicletas elétrica da Electro, recebeu investimentos estatais da ordem de R$ 240 milhões. Segundo o secretário de desenvolvimento de Goiás, Leandro Ribeiro, a indústria deve gerar 250 empregos diretos.

Carlos Eduardo conta que até 2020 um novo polo da empresa deve ser aberto no estado. O diretor acredita que até lá aos veículos elétricos estarão mais difundidos e que carros zero emissão vão passar a ser fabricados.