Privatização

Nova etapa de leilões de aeroportos é alvo de contestações

Uma contestação na etapa inicial da nova rodada de privatização de 13 aeroportos que a…

Uma contestação na etapa inicial da nova rodada de privatização de 13 aeroportos que a União lançou em 2017 ameaça atrasar o projeto.

Três consórcios concorreram pela realização dos estudos técnicos dos três lotes de aeroportos, mas apenas um competidor, o consórcio liderado pelo escritório Moyses & Pires Advogados, ganhou todos os blocos. A disputa abrangia a realização de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, que darão subsídios para a modelagem das concessões dos aeroportos.

Os outros dois competidores, liderados pelas empresas BF Capital e Progen Engenharia, entraram com recurso administrativo questionando o resultado da competição. Segundo as contestações, as propostas do consórcio vencedor tinham incompatibilidades em relação ao edital. Eles também solicitam justificativas para as diferenças entre as notas atribuídas a cada concorrente.

Por esse modelo, os custos dos estudos, que totalizam cerca de R$ 60 milhões, serão ressarcidos pelos futuros ganhadores dos leilões.

Procurada, a SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil) afirma que os recursos apresentados serão apreciados até o dia 18 de abril pelo Ministério dos Transportes e nega que eles causarão impactos no andamento das concessões dos blocos. “Esse tipo de contestação é natural”, diz o órgão, em nota. No entanto, a reportagem apurou que o órgão, após a contestação dos concorrentes, avalia rever o resultado.

Blocos

Os 13 aeroportos foram liberados para concessão no fim de 2017, quando o governo optou por tirar Congonhas da lista de privatizações. Por terem menor atratividade econômica, os empreendimentos que restaram foram divididos em blocos.

O do Nordeste reúne aeroportos de Recife, Maceió, João Pessoa, Campina Grande e Juazeiro do Norte.
O do Sudeste ficou com Vitória e Macaé, e o do Centro-Oeste, com Cuiabá, Rondonópolis, Alta Floresta, Sinop e Barra do Garça.

A rapidez exigida pelo governo surpreendeu os participantes, que tiveram 120 dias entre a primeira convocação de interessados em propor estudos para os terminais e o prazo de entrega das propostas. Como base de comparação, a rodada de privatização anterior teve 90 dias para quatro aeroportos (Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre).

Como o prazo dado pelo governo foi curto e os competidores interessados teriam pouco tempo para preparar suas propostas, os consórcios da BF e da Progen optaram por não se candidatar para os três blocos. O único que concorreu aos três lotes foi o Moyses & Pires.

O consórcio da BF se lançou aos blocos do Nordeste e do Sudeste. O da Progen se candidatou para os lotes do Sudeste e de Mato Grosso.

Os consórcios da Progen e da BF não quiseram comentar sobre seus recursos. O Moyses & Pires diz que seu grupo “é composto por empresas com ampla experiência em projetos aeroportuários e de concessões de infraestrutura de transportes, com estudos aprovados em concessões já realizadas”.