Pandemia resultou na demissão de 2% dos empregados do comércio em Goiás
Dos cerca de 250 mil trabalhadores do comércio em Goiás, apenas 70 mil estão efetivamente…
Dos cerca de 250 mil trabalhadores do comércio em Goiás, apenas 70 mil estão efetivamente em atividade durante o estado de emergência, decretado pelo governo estadual em decorrência da pandemia de covid-19. Os dados são do Sindicato dos Empregados no Comércio em Goiás (Seceg). Apesar disso, as demissões não foram registrados aumentos substanciais no que diz respeito a demissões. Cerca de 2% dos empregados do setor foram demitidos durante as medidas de isolamento social.
O aumento relativamente pequeno pode ser explicado pela proteção social representada pela Medida Provisória 936/20, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, com benefício nos casos de redução de jornada de trabalho, de salário e suspensão de contrato de trabalho. A dispensa sem justa causa, por exemplo, durante o período ainda se mantém com penalidades e isenções.
Por outro lado, o presidente do sindicato, Eduardo Amorim, salienta que embora o número pareça pequeno, abrange toda a categoria de trabalhadores do comércio e não quer dizer que, pontualmente, as empresas não estejam demitindo.
Contingenciamento
Eduardo Amorim acredita que, caso as medidas de isolamento social, com fechamento do comércio, se estendam por mais tempo, esse número pode subir e gerar uma grande crise. Para isso, é preciso que haja apoio do poder público, não só com rede de proteção social, que impeça demissões e assista os trabalhadores.
Ele salienta que as medidas de distanciamento são importantes. No entanto, tanto a população quanto o poder público devem agir de maneira mais efetiva para que ela funcione. Os cidadãos respeitando as normas médico sanitárias e o poder público sendo mais efetivo, com campanhas de conscientização e distribuição de equipamentos de proteção individual para a população mais pobre.
Um exemplo de medida que poderia dar certo, mas é mal aplicada, segundo o presidente do Seceg, é o escalonamento no horário empreendido pela prefeitura de Goiânia. Segundo ele, a medida somente contou com a entrada dos trabalhadores nas empresas. O transporte público não foi preparado para o escalonamento, fazendo com que os funcionários passassem horas em deslocamento.
“Tem gente que não tem dinheiro para comprar máscara e álcool em gel. Nas periferias de Goiânia não há cobertura de equipamentos para a população. A empregada doméstica ou comerciário usam o transporte coletivo. A maioria dos 70 mil comerciários que estão efetivamente trabalhando hoje usa o transporte público e mora longe do local de trabalho. Escalonar a entrada não resolve o problema do transporte”, aponta.