Dinheiro

PEC pode impedir correção automática do salário mínimo e outras despesas

Projeto que aciona mais rapidamente medidas de contenção de gastos já previstas na Constituição Federal…

Projeto que aciona mais rapidamente medidas de contenção de gastos já previstas na Constituição Federal e cria novos mecanismos para as contas pode incorporar a suspensão da correção automática de despesas como o salário mínimo. Esta ideia partiu da equipe do ministro da Economia Paulo Guedes para ampliar o impacto da proposta, o que pode gerar alívio no orçamento de 2020 em mais de R$ 200 bi.

Na prática, a medida pode congelar o salário mínimo. Conforme a área econômica do governo, esta proposta pode resolver a questão do teto de gastos até 2026. Além disso, poderá contribuir, junto da reforma da Previdência, para que o País volte a ter grau de investimento das agências internacionais.
Medidas

Cerca de R$ 109,6 bi de economia viriam de medidas que já estão nas normas do teto de gastos, que são os gatilhos. Novas ações como a redução de jornada e salário dos servidores públicos, bem como a suspensão do abono salarial são outras ações previstas.

Além disso, há ainda a suspensão de repasses do FAT ao BNDES (R$ 18,9 bi), receitas com cobrança adicional na Previdência de servidores ativos e inativos (R$ 6 bi) e um possível abatimento da dívida pública com a desvinculação de recursos que, atualmente, estão parados em fundos do governo (R$ 68,15).

Correção

O autor da proposta, deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), apresentou os números ao ministro Paulo Guedes. Conforme apurado pelo Estadão, o Ministério da Economia está alinhado com esta proposta de emenda à Constituição (PEC), além de avaliar outras medidas para incorporar – como a não correção automática do salário.

Conforme registra o Tesouro Nacional, 67,7% das despesas primárias da União tem correção automática por algum indexador, por isso o Ministério da Economia atua no sentido de reduzir estas dívidas obrigatórias. Entre estas, estão os benefícios previdenciários (que acompanham o salário mínimo), mesmo aquelas acima do piso; o abono salarial, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Além disso, mínimos de saúde e educação também se corrigem conforme a inflação. Esses dois, de acordo o autor da matéria, não sofrerão alterações. Para ele os gatilhos previstos podem realizar um ajuste nas contas até maior do que a reforma da Previdência.

“Vamos atacar a despesa, o problema da rigidez. Estamos perdendo autonomia sobre orçamento e isso está espremendo orçamento público”, afirmou Pedro ao ressaltar que as contas públicas estão descontroladas. Se aprovada, no ano que vem alguns gatilhos já podem ser acionados.

*Com informações do Estadão