"Desinvestimentos"

Petrobras inicia fase vinculante para venda da Liquigás

O anúncio vem no mesmo mês em que o STF autorizou a venda de subsidiárias de empresas estatais sem anuência do Congresso em uma disputa judicial envolvendo a venda da TAG, de gasodutos

A Petrobras informou nesta quinta-feira (20) o início da fase vinculante (na qual há o compromisso de compra do interessado caso a proposta seja escolhida) referente à venda da Liquigás, distribuidora de gás de botijão.

Nessa etapa do processo, os interessados classificados para a fase vinculante receberão cartas-convite com instruções detalhadas sobre o desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de due diligence (auditorias para avaliação de informações da empresa) e para o envio das propostas vinculantes.

O anúncio vem no mesmo mês em que o STF autorizou a venda de subsidiárias de empresas estatais sem anuência do Congresso em uma disputa judicial envolvendo a venda da TAG, de gasodutos.

A companhia, também subsidiária da Petrobras, teve 90% de suas ações vendidas à francesa Engie e à canadense Caisse de dépôt et placement du Québec na última semana.

A decisão do STF destravou processos de venda da fábrica de fertilizantes de Araucária e de refinarias, também da Petrobras.
A empresa pretende ainda oferecer ao mercado novas fatias na BR Distribuidora.

Em comunicado, a Petrobras afirma que o anúncio está em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras, que está alinhada ao regime especial de desinvestimento de ativos pelas sociedades de economia mista federais, previsto no Decreto 9.188/2017.

Também afirma que ela está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando a geração de valor para os acionistas.

Maior distribuidora de botijões de gás do Brasil, a Liquigás chegou a ser negociada com o grupo Ultra, que controla a concorrente Ultragaz, e se dispôs a pagar R$ 2,8 bilhões em 2016. Em 2018, porém, a operação foi vetada pelo órgão de defesa da concorrência diante do potencial de concentração do mercado.

Para evitar novo veto, a estatal restringiu a participação de empresas com mais de 10% do mercado brasileiro de gás de cozinha. Essas só poderão entrar como parte de uma oferta conjunta e só poderão ficar com parcela correspondente a 40% das vendas da Liquigás.

A venda é parte do plano de desinvestimentos da Petrobras, que quer focar suas atenções na exploração e produção do pré-sal.