COVID-19

Preço da gasolina no estado cai 12% durante a pandemia

O preço médio da gasolina vendida em Goiás sofreu uma redução de 12,82% desde o…

O preço médio da gasolina vendida em Goiás sofreu uma redução de 12,82% desde o início da pandemia do coronavírus. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o valor do litro do combustível, apurado entre os dias 19 e 25 de abril, foi de R$ 3,968. Em todo o mês de março, a média do preço foi de R$ 4,552.

O etanol baixou ainda mais. Vendido a R$ 3,161 no mês de março, o preço chegou à média de R$ 2,564 na última semana, uma queda de 18,88%. Já o valor do óleo diesel caiu 8,99%, saindo de R$ 3,612 em março para R$ 3,287 na última pesquisa.

Para o economista Danilo Orsida, a redução do preço dos combustíveis se deu por vários fatores diferentes. Ele afirmou que, além da pandemia, questões como queda do barril do petróleo causado por disputas comerciais e a produção de cana-de-açúcar precisam ser levados em conta.

“É uma conjugação de fatores”, disse o economista. “O cenário da crise de saúde que causou medidas restritivas de locomoção em todo o mundo. Houve uma redução na produção e, por consequência, o consumo foi reduzido, o que pressiona para uma diminuição de preços. Além disso, A redução do valor do petróleo causada por uma disputa entre a Rússia e a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma das questões a serem avaliadas. A entressafra da cana-de-açúcar, que acontece no final do ano, também causa variação de valores”.

Danilo alerta ainda que é difícil prever o comportamento do mercado durante a crise do coronavírus, mas que há uma tendência do aumento do consumo de gasolina em detrimento do etanol.

“Em razão da crise de saúde, temos uma grande demanda de derivados da cana-de-açúcar, como o álcool em gel, por exemplo. Acredito que possa haver uma destinação maior de insumos para esse nicho de mercado, o que pode pressionar para uma escassez do álcool e uma elevação nos preços com relação à gasolina”, ressaltou.

Queda no consumo de combustível e crise nos postos

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, afirmou que a queda nos preços foi causada por uma redução drástica no consumo.

“A queda foi, praticamente, por causa do vírus, não só aqui, mas como no mercado internacional. Isso fez com que a cotação do petróleo caísse a níveis nunca vistos. Como a Petrobrás está acompanhando o mercado nacional, o preço caiu”, disse o presidente.

Márcio afirmou também que, no início das medidas de isolamento social, a queda nas vendas chegou a 60%. “Agora o mercado reagiu um pouco, mas mesmo assim estamos trabalhando com uma média de 45% a 50% a menos de vendas”.

O presidente ressaltou ainda que mais de 80% dos postos estão trabalhando com déficit e que, em alguns casos, já houveram demissões. “Tivemos que adequar a receita com a despesa, mas é muito difícil reduzir os gastos na mesma proporção da queda. Os postos estão tentando fazer isso com a suspensão de contratos, férias e, em alguns casos, demissões. A maior despesa de um posto é com a folha de pagamento”, ressaltou.