Preço do café no Brasil aumenta 35% em um ano, mas consumo não cai
Brasileiros tem usado a estratégia para manter o cafezinho fora de casa
O café moído subiu em média 35% no Brasil em 12 meses até outubro de 2021, segundo o índice oficial de inflação (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em algumas regiões, a alta passou de 50%. Segundo reportagem do Uol, apesar da inflação e da pandemia da Covid-19, o consumo interno não diminuiu.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café, e fica atrás apenas dos EUA na quantidade absoluta consumida. Em 2020, o Brasil exportou 44,7 milhões de sacas de 60kg – cerca de 35% do mercado internacional – e consumiu 21,2 milhões.
A estratégia de usar marcas mais baratas para segurar o preço pode explicar porque o cafezinho fora de casa tenha subido 9% nos últimos 12 meses no IPCA. De acordo com representantes dos produtores de café, da indústria e do comércio, o preço subiu e a tendência ainda é continuar subindo.
Porque o preço do café disparou?
Representantes dos agricultores e dos industriais do café apontam que a produção de café é maior em anos pares, por questões biológicas da própria planta. A safra de 2021 foi prejudicada pela seca e por geadas e quanto menos café disponível, maior a pressão sobre os preços.
Além disso, a seca foi maior neste ano e estima-se que a próxima safra também será afetada pelo clima. Com isso, o custo de produção subiu, principalmente com fertilizantes, com herbicidas e com o combustível para transporte e torra do café.
O café é negociado em dólar. Com a desvalorização do real, fica mais vantajoso exportar o produto, o que faz subir o preço para o consumidor brasileiro. Outra dificuldade foi com a logística durante a pandemia, o que elevou o custo das commodities em geral.
- Com informações do UOL