Preço do diesel sobe novamente nos postos e chega perto de R$ 7
Segundo ANP, combustível foi vendido, em média, a R$ 6,943 por litro esta semana
O preço do diesel nos postos brasileiros subiu novamente esta semana, renovando o recorde atingido na semana passada. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o produto foi vendido, em média, a R$ 6,943 por litro. O valor é 1,4% superior ao recorde registrado na semana passada, de R$ 6,847 por litro.
A escalada é fruto do repasse de reajuste promovido pela Petrobras no último dia 9, que acabou levando à troca no comando da área energética do governo.
Segundo a ANP, o preço médio do diesel já ultrapassa R$ 7 por litro em 13 estados. Em três, o preço máximo é superior a R$ 8. Assim como na semana anterior, o maior valor detectado pela pesquisa da agência foi R$ 8,300 por litro, em Cruzeiro do Sul (AC).
Nas duas semanas após o reajuste, o preço médio do combustível acumula alta de 4,7% nas bombas, de acordo com os dados da ANP. A alta pressiona a inflação, já que o diesel é o principal combustível usado no transporte de cargas do país.
Além da demissão do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que foi trocado por Adolfo Sachsida, o reajuste intensificou a queda de braço entre o governo Jair Bolsonaro (PL) e os estados em torno da cobrança de ICMS sobre o combustível.
Quatro dias após o reajuste nas refinarias, a AGU (Advocacia Geral da União) obteve liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) contra manobra dos estados para driblar a lei que implantou o ICMS único no país.
A liminar, porém, acabou gerando risco de alta no preço, ao manter a alíquota única de R$ 1,006 por litro, eliminando apenas a possibilidade de concessão de descontos pelos estados, para que todos pudessem manter as alíquotas atuais.
Nesta quinta-feira (19), o Ministério da Economia se reuniu com o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para tentar forçar a adoção do modelo de transição previsto na lei, que prevê alíquota equivalente à média dos últimos 60 meses, mas não houve acordo.
Segundo a ANP, o preço médio da gasolina caiu 0,3%, para R$ 7,275 por litro, acompanhando a redução da cotação do etanol anidro. Com o início da colheita, o biocombustível que é misturado à gasolina despencou 9% nas usinas de São Paulo em três semanas.
O preço médio do etanol hidratado caiu 1,8% nos postos, para R$ 5,224 por litro, acumulando recuo de 5,7% nas bombas em um mês. Nas usinas, porém, a cotação do produto voltou a subir na semana passada, após duas semanas de forte queda.
Segundo a ANP, o preço do gás de cozinha registrou leve queda esta semana, para R$ 112,89 por botijão de 13 quilos. Apesar do corte de 5,6% nas refinarias em abril, o repasse ainda é tímido. No último mês, o produto acumula queda de apenas 0,5% nas revendas.
Já o preço do GNV (gás natural veicular) parou de subir após semanas de forte alta. Esta semana, o produto foi vendido, em média, a R$ 5,258 por metro cúbico, praticamente estável em relação aos R$ 5,265 verificados pela ANP na semana anterior.
Muito usado por taxistas e motoristas de aplicativos em estados que têm rede de gás canalizado, o combustível vinha sendo pressionado por reajuste médio de 19% no preço do gás natural vendido pela Petrobras às distribuidoras a partir do início de maio.