Meu pet

Procura por creches para cães cresce na pandemia e viraliza na internet

O serviço escolar é uma boa opção para cães que sofrem de ansiedade de separação quando seus tutores saem para o trabalho

O Golden Retriever Joca, de 1 ano e meio, vai para a creche duas vezes na semana (Foto: Arquivo Pessoal )

Aula de natação, soneca com música relaxante, exercícios para controle de ansiedade e festas, inclusive de formatura. Esses são alguns dos atrativos das creches para cachorros, que têm atraído “pais de pet” na pandemia por oferecer atividades que ajudam os cãezinhos a espairecer e interagir com outros animais. O Pastor de Shetland, Zeca, de 11 meses, é um dos que aproveitam as mordomias da escola que frequenta duas vezes na semana, em São Paulo, e viralizou nas redes sociais após seu tutor relatar sua obediência no local. Em casa, a situação é diferente… É como se ele estivesse ligado o tempo todo no 220 volts.

Na foto que movimentou a internet com mais de 170 mil curtidas, aparece Zeca atento à brincadeira que seria realizada em um tapete, junto aos “aumigos”. De acordo com o médico Guilherme Porceban, “pai” do filhote, ele frequenta a escola desde os 6 meses de idade. A decisão de matriculá-lo na creche surgiu por conta da rotina frenética de Guilherme e sua noiva, que também é médica. Além disso, por ter a característica de ser um cachorrinho muito sociável, os tutores de Zeca pensaram que seria importante que ele tivesse contato com outros cachorros.

— Além da questão da rotina, optamos pela creche para que desde pequeno ele já fosse estimulado a interagir com outros animais, o que é benéfico para o próprio desenvolvimento dele. O Zeca é extremamente dócil, adora interagir com outras pessoas, crianças e outros cães, sempre acha que todos são amigos dele — conta Guilherme.

Em um vídeo enviado ao EXTRA pelo médico, Zeca aparece deitado junto a outros animais em uma sala com luz azul, que ajuda a regular o ciclo natural do sono. Ao fundo, a música relaxante contribui para o momento da soneca das dezenas de cães da turma do Pastor de Shetland.

O Golden Retriever Joca chegou na família do arquiteto Beto Souza durante a pandemia, e com um ano de idade também passou a ir para a creche duas vezes por semana. Considerado o leão da escola e um ótimo aluno, Joca foi aprovado com nota 10 no final do ano passado e teve direito a uma festa de formatura. Além de amar tirar fotos nos eventos, a atividade favorita dele é a natação.

— O Joca é muito bobão, é amigo dos cachorros e conquista todos. Notei que ele ficou muito esperto indo para a creche, ele sabe lidar melhor com os outros animais e com as pessoas. É igual a uma criança mesmo. A natação é o esporte favorito, ele coloca o colete e fica nadando na piscina — relatou Beto, que paga R$ 500 mensais pelos serviços.

Em semanas com muito trabalho, Beto leva Joca a semana inteira para a creche. Quando não consegue buscá-lo, o serviço de táxi deixa ele em casa, como se fosse uma van escolar.

Entre os serviços oferecidos pelas creches tem ainda a comemoração de aniversário dos pets. No último dia 22, uma internauta de Belo Horizonte compartilhou em sua rede social a festa de aniversário produzida para o seu cachorro. Combinando com a folia do mês de fevereiro, o tema foi carnaval, com direito a bolo e brigadeiro próprios para animais.

Entre os segmentos do mercado pet que mais se destacaram em 2021 está o de creches para cachorros, com uma alta de 200%. De acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB), o varejo do setor apresentou crescimento de 22% no ano passado quando comparado ao ano anterior, e um faturamento em torno de R$ 49,9 bilhões.

De acordo com a diretora da RioPet Gávea, Patrícia Rivoredo, a creche para cachorro é liberada assim que o bichinho tomar todas as vacinas obrigatórias, estiver vermifugado e com os remédios para pulgas e carrapatos em dia. Os valores variam conforme as atividades oferecidas pelo local.

A creche também é uma boa opção para cães que sofrem de ansiedade de separação quando seus tutores saem para o trabalho. Segundo Patrícia, os cães são seres que por natureza são sociáveis e gostam de viver em matilhas.

— Com a rotina na creche, o animal não fica sozinho em casa sem fazer nada, correndo o risco de desenvolver alguns distúrbios psicológicos. Ou seja, fica mais saudável — explica.