Números

Quase 40 milhões de trabalhadores estão na informalidade, diz IBGE

Dos informais, 11,8 milhões são funcionários do setor privado sem carteira e 19,4 milhões são trabalhadores por conta própria que não têm CNPJ. Ao todo, 12,6 milhões de pessoas estão procurando emprego no país

Aparecida oferece mais de 300 vagas de emprego nesta semana (Foto Gabriel Cabral/Folhapress)

A informalidade bateu novo recorde no país e já atinge quase 40 milhões de trabalhadores, informou nesta sexta-feira (27) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo dados do instituto, havia 38,8 milhões de informais no trimestre encerrado em agosto. É o maior número já registrado pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

Dos informais, 11,8 milhões são funcionários do setor privado sem carteira e 19,4 milhões são trabalhadores por conta própria que não têm CNPJ. Os demais são trabalhadores domésticos e do setor público.

Com recorde na informalidade, a taxa de desemprego no país caiu para 11,8% em agosto, contra 12,3% no trimestre encerrado maio. Ao todo, 12,6 milhões de pessoas estão procurando emprego no país. O número representa uma queda de 419 mil pessoas em relação ao trimestre encerrado em maio.

Com relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o recuo foi de 0,3 ponto percentual. O número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,3 milhões, novo recorde na série histórica do IBGE. Também houve novo recorde no número de empregados sem carteira assinada: 11,8 milhões.

No trimestre encerrado em agosto, 41,4% dos trabalhadores brasileiras estavam na informalidade -conceito que inclui os trabalhadores sem carteira, por conta própria, empregadores sem CNPJ e trabalhadores formais auxiliares.

É o maior percentual desde 2016, quando esse indicador começou a ser calculado. O crescimento da informalidade indica que o mercado de trabalho brasileiro ainda enfrenta dificuldades para iniciar um processo de retomada.

O maior número de informais pressiona também o rendimento médio do trabalhador, que fechou o trimestre em R$ 2.298. Há um ano, era R$ 2.302.
Nesta semana, o governo Jair Bolsonaro comemorou a retomada do emprego com base em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostrou saldo positivo de 121 mil vagas formais em agosto. Foi o quinto mês seguido de alta.

Segundo a pesquisa do IBGE, o número de empregados com carteira assinada no Brasil ficou estável tanto na comparação com o trimestre anterior, quanto com o mesmo período do ano anterior, em 33 milhões de pessoas.