Combustíveis

Reduções de preços nas refinarias ainda não tem impacto nas bombas, diz Sindiposto

Presidente do órgão esclarece que é preciso observar se há uma tendência de quedas nos anúncios da Petrobrás

Nesta quarta-feira (23), a Petrobrás anunciou  pelo segundo dia consecutivo, redução nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. No entanto, as reduções seguidas ainda não devem ter impacto real para o consumidor em Goiás, conforme aponta o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto).

A partir de amanhã (24), o preço da gasolina cairá 0,62% e custará R$ 2,0306 o litro. O preço do diesel terá redução de 1,15% e passará a custar R$ 2,3083, de acordo com a estatal. Entretanto, conforme argumenta o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, as reduções foram anunciadas após altas sucessivas dos preços.

Outro fator que impede que as reduções sejam repassadas para o consumidor é que os postos não costumam refletir de imediato os preços das refinarias. Márcio esclarece que os donos de postos seguram os reajustes para que as mudanças sucessivas não impactem de modo negativo nas vendas.

“Tem uma sequência de aumentos, aumenta dois centavos, aumenta três, aumenta um e os postos tendem a ficar segurando para não perder o consumidor para o concorrente. Até que chega um momento que o aumento acumula e fica inviável. O mesmo vai acontecer com a redução, como perde muito dinheiro na hora do aumento, tenta compensar o preço com as reduções”, explica o presidente do Sindiposto.

Márcio completa que, para que as reduções reflitam nas bombas, é preciso que sejam sucessivas, do mesmo modo como foram os aumentos que elevaram o preço do combustível desde o final de 2017. Outra opção para que gasolina e diesel cheguem mais baratos aos postos é que a próxima redução anunciada pela Petrobrás seja grande.

Cide

Além do vai-e-vem de reduções e altas anunciadas pela Petrobrás, Márcio lembra que os impostos também impactam nos preços. O Governo cogita zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o Diese, no intuito de que o combustível chegue mais barato aos postos.

Para Márcio, o impacto da Cide só é sentido no mercado quando aliado a outros fatores. “Se reduzir por exemplo R$ 0,05 e continuar a mesma política da Petrobrás e o dólar e o petróleo subirem, ela pode ser neutralizada. Pode acontecer de nem fazer diferença”, argumenta.