Economia

Relatório do Itamaraty confirma interesse do BID e do Banco Mundial em aprofundar vínculos com Goiás

A avaliação ressalta que, em todos os encontros realizados nos EUA, Marconi logrou transmitir informações positivas sobre o panorama econômico e fiscal do Brasil, em particular do Estado de Goiás

Um relatório feito pelo Itamaraty sobre a Missão do Governo de Goiás a Washington (DC), no mês de setembro deste ano, apresentou dados que confirmam o real interesse do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial em aprofundar vínculos com o Estado de Goiás, seja na prestação de assistência técnica, seja no financiamento a novos projetos que possam servir de parâmetro para atuação futura das instituições com outros estados brasileiros.

A avaliação do Itamaraty ressalta que, em todos os encontros realizados nos EUA, o governador Marconi Perillo logrou transmitir informações positivas sobre o panorama econômico e fiscal do Brasil, em particular do Estado de Goiás, bem como indicadores relevantes em áreas como Saúde e Educação. O relatório é assinado por Jandyr Ferreira dos Santos Júnior, Conselheiro Chefe da Divisão de Operações de Promoção Comercial Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores.

Reunião no BID

O relatório do Itamaraty descreve que, no BID, Marconi Perillo foi recebido pelo Diretor-Executivo pelo Brasil no BID, Antonio Henrique Silveira, e pelo vice-presidente de Países da instituição, Alexandre Rosa.

Durante a reunião, o governador de Goiás convidou representantes do BID a comparecerem, no início do ano que vem, à cerimônia que marcará a finalização das obras do sistema de abastecimento da
cidade de Goiânia. Trata-se da conclusão de amplo projeto de abastecimento, de cerca de R$ 500 milhões, iniciado em 2000, com financiamento de US$ 55 milhões concedido pelo BID.

O vice-presidente de Países do BID relembrou do apoio técnico do Banco a Goiás na primeira rodada do Projeto Profisco, voltado à área de arrecadação, e ofereceu ao estado a participação na segunda rodada do
projeto, com foco na gestão de despesas.

O governador agradeceu pela oferta e forneceu dados de contato de sua Secretária do Tesouro. Em seguida, destacou que a dívida goiana, há pouco classificada como ‘D’ pelo Tesouro, deverá fechar este ano no patamar ‘B’, ou seja, melhorando. Comentou, ainda, que seu estado já disporia de cerca de R$ 400 milhões autorizados para investimentos em infraestrutura.

Alexandre Rosa ponderou sobre a possibilidade de que esse recurso seja utilizado para o oferecimento de garantia, modalidade que teria menos entraves para aprovação na Secretaria do Tesouro e viabilizaria a alavancagem de montante maior, inclusive junto ao setor privado.

Na ocasião, foi discutido possível apoio do BID ao Programa de Competitividade e Inovação do Estado de Goiás, elaborado pela Superintendência de Desenvolvimento, Inovação e Fomento à Tecnologia da Informação do estado, em colaboração com a Analista Sênior do BID no Brasil.

Ficou estabelecido, ainda, que a Chefe de Divisão de Educação do BID, Emiliana Vargas, incluiria Goiânia na visita que fará ao Brasil, ainda em 2016, para melhor avaliar perspectivas de colaboração em seu setor. Por fim, foi comentada a possibilidade de prestação de assistência técnica gratuita, pelo BID, nos projetos de desenvolvimento e programas de concessão vislumbrados pelo Estado de Goiás.

Reunião no Banco Mundial

O relatório do Itamaraty destaca também que, no Banco Mundial, a delegação goiana foi recebida pelo Diretor-Executivo pelo Brasil, Otaviano Canuto, e pela Diretora de Estratégia e Operações para América Latina e Caribe, Manuela Ferro.

Otaviano Canuto mostrou-se inteirado do desempenho econômico e fiscal de Goiás, bem como dos bons resultados obtidos pelo estado na área de Educação, decorrentes, em alguma medida, de parceria do estado com o Banco. Ressaltou que a avaliação do ‘staff’ do Banco Mundial no Brasil é amplamente favorável ao estado de Goiás, opinião que reverbera na sede da instituição, em Washington.

Manuela Ferro comentou ser este o momento em que está sendo definido o próximo ciclo de planejamento quadrienal do Banco Mundial. Dessa forma, disse ser fundamental o estreitamento de vínculos entre o governo goiano e o ‘staff’ do Banco Mundial no Brasil.

Marconi Perillo repetiu o conceito que apresentara ao BID, de utilizar instituições internacionais para o estabelecimento de metas ousadas e parâmetros rigorosos, preferencialmente ampliando, com o Banco
Mundial, a cooperação já exitosa na área de Educação.

Além de também oferecer ao Estado a prestação de assistência técnica gratuita na modelagem de projetos de desenvolvimento e concessões, o Banco Mundial ofereceu, ainda, a possibilidade de apoiar o refinanciamento da dívida goiana.

Seminário na Câmara de Comércio

O Conselheiro Jandyr Ferreira dos Santos Júnior pontuou ainda no relatório que, na manhã do dia 25 de setembro teve a oportunidade de abrir o seminário do governador de Goiás para as empresas do CEBEU, realizado em parceria com a Embaixada, na sede da US Chamber of Commerce, com a presença de dirigentes empresariais.

Jandyr destacou que, desde 2000, o PIB e as exportações goianas foram respectivamente multiplicados por 10 e por 25. E que o Estado se firmou como o segundo principal polo da indústria farmacêutica brasileira e o quarto maior produtor agropecuário do país, apresentando amplas possibilidades de crescimento e de retorno para investimentos em diferentes setores.

Segundo o relatório, o governador Marconi Perillo recordou o fato de que Goiás tem apresentado crescimento acima da média brasileira, com superávit fiscal, criação de emprego e índices de desempenho em Saúde e Educação. Ao abordar a situação da economia brasileira, ressaltou que “Goiás já saiu da crise”, sendo um dos dois estados brasileiros a já ter apresentado superávit em 2015, após ajuste fiscal iniciado ainda em 2014.

Marconi Perillo comentou a integração de Goiás com o Distrito Federal – e seus 3 milhões de habitantes –, para a consolidação de mercado de 9 milhões de consumidores, bem como a criação do Consórcio Brasil Central, experiência de federalismo que visa a harmonizar o ambiente econômico, fiscal e regulatório dos estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Rondônia, perfazendo área equivalente a 25% do território brasileiro, com 50% da produção agrícola, 11% do PIB do país e população combinada de 18 milhões de pessoas.

O relatório pontua ainda que, no tocante a oportunidades específicas de investimento, o governador mencionou a privatização da Companhia Elétrica de Goiás (CELG) como a primeira a ser realizada no Governo Temer; a concessão de 400 quilômetros de rodovias no estado; a concessão de ramais ferroviários; a inauguração do segundo maior terminal aeroportuário de cargas do Brasil, em Anápolis; projetos de recuperação, para a agricultura, de áreas de pastagem degradadas; e a integração, em plantas de geração de energia, da cogeração de energia solar com a do bagaço da cana.