Rublo desaba mais de 20% na semana por causa de sanções à Rússia
Moeda russa encerrou a semana a 115 por dólar em Moscou
O rublo encerrou a semana em queda superior a 20% em relação ao dólar e ao euro nas negociações em Moscou nesta sexta-feira (4), com a economia russa sob pressão das sanções que visam isolar a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.
O rublo encerrou a semana a 115 por dólar em Moscou, ante 83 por dólar na sexta-feira passada, embora tenha se valorizado 1% nesta sexta sobre quinta-feira. Contra o euro, fechou pouco abaixo de 119 por euro, ante 93 por euro no fim da semana passada. A moeda atingiu mínima recorde em relação à divisa norte-americana na quinta-feira e ao euro nesta sexta-feira.
“Os ativos russos estão sendo destruídos em valor”, disse Cristian Maggio, chefe de estratégia de portfólio da TD Securities.
O CDS de cinco anos da Rússia —uma medida do custo de proteção contra um calote da dívida— ficou em 1.565 pontos-base, alta em relação aos 1.412 pontos-base de quinta-feira, mas ainda a alguma distância do recorde de 1.973 pontos-base da segunda-feira, mostraram dados da IHS Markit.
O pregão na Bolsa de Moscou permaneceu praticamente fechado nesta sexta-feira, quinto dia de restrições impostas pelo banco central russo.
Em operações no mercado à vista fora da Rússia, o rublo desabava 10,4%, a 121,033 por dólar, no meio da tarde em Nova York, depois de bater uma mínima recorde de 122,033 por dólar. As ofertas de compra e venda estavam entre 120 e 128 por dólar, o que operadores caracterizaram como sinal de evaporação da liquidez.
Na semana, o rublo caía 30,7%, aprofundando a baixa em 2022 para 36,2%.
G7 ameaça Rússia com novas sanções
O grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) ameaçou, nesta sexta-feira (4), impor novas “sanções severas” contra a Rússia por sua intervenção militar na Ucrânia e se propôs a combater as campanhas russas de “desinformação” sobre a guerra.
Os países do G7 “continuarão a impor sanções severas em resposta à agressão russa”, assinalaram em um comunicado os ministros das Relações Exteriores do grupo formado por Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão.
O G7 também indicou que atuará para frear a “campanha russa de desinformação”, que “coloca mais vidas em risco”.
O comunicado insta a Rússia a encerrar seus ataques “nas proximidades das usinas nucleares ucranianas”, após os bombardeios russos que na sexta-feira provocaram um incêndio na usina Zaporizhzhia, a maior da Europa, sem consequências nos níveis de radioatividade.