MARIUPOL

Rússia bombardeia escola que abrigava 400 refugiados, diz Ucrânia

Ainda não há o registro de mortes

Um bombardeio russo destruiu uma escola que abrigava 400 refugiados na cidade portuária de Mariupol, sudeste da Ucrânia, neste domingo (20). (Foto: Maxar Technologies/AP/picture alliance)

Um bombardeio russo destruiu uma escola que abrigava 400 refugiados na cidade portuária de Mariupol, sudeste da Ucrânia, na manhã deste domingo (20), madrugada no Brasil. Hoje, o conflito entre os dois países chega ao 25º dia.
Segundo a Câmara Municipal de Mariupol, a escola de arte G12, próxima a uma das entradas da cidade, teve o prédio completamente destruído. As buscas em meio aos escombros começaram há poucas horas com a ajuda de voluntários. Ainda não há o registro de mortes.

A região, que faz fronteira com a Rússia e dá acesso ao Mar Morto, tem sido alvo de algumas das maiores ofensivas das forças russas. Na tarde de ontem (19), o governo ucraniano confessou ter perdido acesso ao mar de Azov, onde fica a cidade.

O conflito chega ao 25º dia sem trégua por parte do Exército russo. Na manhã de ontem (19), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky divulgou um vídeo em que pedia diálogo para tentar resolver o conflito, mas a Rússia declarou que era preciso aprovar um tratado de paz antes de qualquer conversa e os bombardeios continuaram.

De acordo com a imprensa local, pelo menos 115 crianças ucranianas já foram mortas desde o início do conflito.

Bombardeio mata seis em Kharkiv

Outro bombardeio russo deixou quatro adultos e uma criança mortos em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, nesta madrugada no horário local, fim de noite de ontem no Brasil. As informações são do policial Viatcheslav Markov, chefe adjunto da Polícia de Kharkiv.

Segundo ele, todos os mortos eram civis e estavam no mesmo prédio – a criança tinha 9 anos. De acordo com a Prefeitura, mais de 600 prédios já foram destruídos na cidade. As informações ainda não foram confirmadas pelo governo ucraniano.

Míssil

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter usado mais um míssil hipersônico contra a Ucrânia no oeste do país, próximo à fronteira com a Romênia, neste domingo (20). As armas, chamadas Kinzhal, foram usados pela primeira vez na tarde de ontem para destruir um depósito subterrâneo.

Segundo o governo russo, o alvo dessa vez foi local de armazenamento de combustíveis e lubrificantes também a oeste do país. O local seria o principal ponto de abastecimento dos veículos militares ucranianos lutando ao sul do país.

O governo ucraniano não confirmou a informação.

Moradores levados para Rússia

Em mensagem divulgada em seu canal do Telegram, Zelensky declarou que milhares de moradores de Mariupol foram levados para o território russo. Segudo ele, dezenas de ônibus com pessoas consideradas refugiadas estão sendo tiradas do país.

Ainda não foi possível verificar a informação, mas a Rússia segue tendo controle sobre o acesso ao mar da Azov. Na mensagem, o presidente ucraniano diz ainda que a invasão russa em Mariupol é um “terror que será lembrado por séculos”.

10 milhões em fuga

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou hoje que cerca de 10 milhões de pessoas já deixaram suas casas na Ucrânia desde o início dos ataques da Rússia. Segundo a organização, a maioria é de cidadãos que buscaram outras cidades dentro do próprio país, os chamados deslocados internos, mas cerca de 3,4 milhões já cruzaram as fronteiras em busca de segurança.

Só no último sábado (19), 6.623 pessoas deixaram o país por meio de corredores humanitários, disse o governo ucraniano. Segundo Kirilo Timoshenko, consultor de Zelensky, 4.128 pessoas, incluindo 1.172 crianças, foram evacuadas de Mariupol para Zaporizhzhia.

Da região de Kiev foram 1.820 pessoas retiradas, e outras 675 saíram da região de Luhansk. Os números foram divulgados em seu Telegram.

Ainda de acordo com Tymoshenko outras operações de evacuações estão previstas para amanhã. Os ônibus para retirada dos moradores devem estar disponíveis pela manhã de Berdyansk, na praça em frente ao complexo esportivo da cidade.